Chegamos ao final de 2023! Gratidão é o primeiro sentimento que brota no coração diante de Menino Jesus, seus pais José e Maria, a Sagrada Família de Nazaré. Dobremos, pois, nossos joelhos diante do Senhor e, agradecidos, façamos nossas preces de louvação, de alegria, de fé e de esperança, reconhecedores que os méritos não foram unicamente nossos. Fomos iluminados pela Sabedoria, pela Inteligência, dons do Senhor em nosso benefício. Quem sabe que em 2023 tivemos vários desafios; fomos surpreendidos pelas pessoas, pelos fatos, pela história e eventos totalmente alheios à nossa vontade ou opção. Enfim, talvez alguém diga: Ufa! Sobrevivi! Então, vamos agradecer a Deus, às pessoas, às nossas comunidades e entidades que estiveram e estão conosco nesta travessia de nossas vidas. Deus merece nosso louvor, nossa gratidão e um brinde às conquistas, aos avanços, à vida, à família e tantas realidades que nos circundaram na passagem destes 365 dias. Obrigado Senhor pelo ano que ora findamos!
2024: Bem-vindo!
Iniciando o ano de 2024, celebramos no dia 1 de janeiro a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Cristo, luz do mundo, que nasceu da Virgem Maria, é o príncipe da paz – autor da paz – e encaminha a história da humanidade para plena salvação. No dia 1 de janeiro também recordamos o Dia Mundial da Paz. Nas próximas linhas vamos apresentar uma reflexão acerca da paz, em razão que o ano de 2023, foi marcado pelas terríveis guerras, infelizmente ainda em curso. Estes nossos tempos, em que as dores e angústias derivadas da guerra ou da sua ameaça ainda oprimem tão duramente os homens, a família humana chegou a uma hora decisiva no seu processo de maturação. A mensagem evangélica, tão em harmonia com os mais altos desejos e aspirações do gênero humano, brilha assim com novo esplendor nos tempos de hoje, ao proclamar felizes os construtores da paz “porque serão chamados filhos de Deus” (Mt. 5,9). Por isso, a Igreja, explicando a verdadeira e nobilíssima natureza da paz, e uma vez condenada a desumanidade da guerra, quer apelar ardentemente para que os cristãos, com a ajuda de Cristo, autor da paz, colaborem com todos os homens no estabelecimento da paz na justiça e no amor e na preparação dos instrumentos da mesma paz.
A paz é obra da justiça
A paz não é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta duma dominação despótica. Com toda a exatidão e propriedade ela é chamada “obra da justiça” (Is 32,7). É um fruto da ordem que o divino Criador estabeleceu para a sociedade humana, e que deve ser realizada pelos homens, sempre anelantes por uma mais perfeita justiça. Com efeito, o bem comum do gênero humano é regido, primária e fundamentalmente, pela lei eterna; mas, quanto às suas exigências concretas, está sujeito a constantes mudanças, com o decorrer do tempo. Por esta razão, a paz nunca se alcança duma vez para sempre, antes deve estar constantemente a ser edificada.
Além disso, como a vontade humana é fraca e ferida pelo pecado, a busca da paz exige o constante domínio das paixões de cada um e a vigilância da autoridade legítima. Mas tudo isto não basta. Esta paz não se pode alcançar na terra a não ser que se assegure o bem das pessoas e que os homens compartilhem entre si livre e confiadamente as riquezas do seu espírito criador. Absolutamente necessárias para a edificação da paz são ainda a vontade firme de respeitar a dignidade dos outros homens e povos e a prática assídua da fraternidade. A paz é assim também fruto do amor, o qual vai além do que a justiça consegue alcançar. A paz terrena, nascida do amor do próximo, é imagem e efeito da paz de Cristo, vinda do Pai. Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, reconciliou com Deus, pela cruz, todos os homens; restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só corpo, extinguiu o ódio e, exaltado na ressurreição, derramou nos corações o Espírito de amor. Sejamos em 2023 instrumentos de paz!
Feliz e abençoado Ano Novo!
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
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