Jojoca: carinho e atenção em um projeto que oferece dignidade e amor sem julgamentos

Laiane Carniel*

Nada mais bonito para a última edição impressa do Diário do Sudoeste, do que deixar registrado nas páginas da nossa história um projeto que faz a diferença para adultos e crianças, transformando vidas e oferecendo oportunidades, o Projeto Jojoca. As primeiras ações do Jojoca, nome pelo qual são carinhosamente chamadas as crianças que fazem parte do Projeto, foram realizadas em 2020, com uma ceia de Natal para 85 famílias. A formalização da Instituição, com seu Estatuto, foi em outubro de 2022. Pode parecer pouco tempo de existência, mas já fez uma diferença enorme para todos que receberam o apoio do Projeto.

Atualmente, de acordo com a presidente do Projeto Jojoca, Marina Bertol Preisler, 236 crianças estão cadastradas no Projeto, residentes nos bairros São João e Alto da Glória e na Vila São Pedro, que, de acordo com Marina, “são a paixão, o propósito e a missão” do grupo que conta com 180 voluntários, sendo que dez dos quais, atuam permanentemente na linha de frente.

O que é o Jojoca?

“Começamos com as ceias de Natal, mas queríamos algo diferente, então, além de prepararmos os alimentos e os oferecermos prontos, também entregamos brinquedos e doces. A partir daí, não paramos mais, sempre estávamos em campanhas conforme as datas — Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Páscoa, por exemplo. Mas foi em uma entrega de cestas, no Dia dos Pais, na Vila São Pedro, que foi onde, realmente, nasceu os Jojocas, pois percebemos que muitas famílias não tinham os pais presentes. Encontramos uma família que estava com necessidade de comida e melhoria em sua moradia e a ajudamos, eles moravam em um único cômodo e conseguimos construir uma casa. Isso fez com que nosso vínculo com as crianças fosse aumentando cada vez mais e o Projeto Jojoca fosse ganhando uma nova forma de atuar, onde não buscamos apenas oferecer bem materiais, mas sim, atenção, cuidado e amor sem julgamento”, explicou Mariana.

Para os que já acompanham os Jojocas pelo Instagram do Projeto (e para quem ainda não conhece, mas quer saber o que vai encontrar) as imagens aquecem o coração, pois mostram crianças sorrindo, brincando, participando de piqueniques, visitando lugares e envolvidas em muitas outras ações oferecidas pelos voluntários e parceiros. As atividades são mais do que ser um auxílio, também são um meio de inserção delas em ambientes que, talvez, não teriam acesso se não fosse o Projeto, como explicou a presidente.

“A dimensão do projeto é, justamente, esta: as pessoas não precisam de esmolas, afinal, ninguém gosta de receber o que não serve mais, nossa intenção é entregarmos dignidade. Nas ações com os adultos, por exemplo, eles participam dos bazares e das Mercearias Solidárias, onde eles vão e compram o que querem, por um valor acessível de R$ 2, pois a intenção é, também, dar um valor para as conquistas. Já com as crianças, nosso objetivo é outro. Com elas buscamos mostrar um mundo diferente, levamos para passeios no shopping, no cinema, no zoológico, mostrando que existe muito mais do que a realidade onde cada uma nasceu. Acreditamos que devemos mostrar que a vida oferece muitas oportunidades e que com educação e trabalho, eles podem construir um futuro diferente”, ressaltou ela.

Ações

Atualmente, o Projeto está compartilhando o espaço junto à Unidade de Saúde do bairro São João, oferecendo encontro com gestantes, aulas de reforço e aulas de dança para mães. “Como somos todos voluntários, o que ofereceremos depende muito de quem se dispõe a ir. Além disso, sempre que uma nova ideia surge, nós debatemos e buscamos formas de realizá-la. Foi assim com a entrega de prêmios para o melhor aluno, com o passeio no Beto Carrero e com a ação das galochas.

Como ajudar o Jojoca?

De acordo com a presidente, o Jojoca é um Instituto e, de momento, não recebe subsídios de nenhuma instância do Poder Público. Os recursos são unicamente de doações e de ações oferecidas pelos voluntários. Quem se interessou pelo Projeto e quer auxiliar de alguma forma, Marina deixa o recado, “há muitas formas de colaborar, seja compartilhando nossas ações nas redes sociais ou fazendo doações, mas, principalmente, fazendo parte como voluntário, pois, como diz o nosso lema, “Use teus dons e ensine um Jojoca!”. Todos podem e todos nós temos algo a ensinar, mas eu afirmo que aprendemos muito mais do que ensinamos”, considerou Marina.

Acompanhe os Jojocas

Fique sabendo de todas as ações realizadas seguindo o Jojoca pelo Instagram, no @projetojojoca, a ajuda de cada um, faz a diferença para inúmeras crianças e suas famílias.

Minha 1ª Galocha

A Campanha “Minha 1ª Galocha”, realizada pelo Projeto Jojoca, teve o intuito de arrecadar valores para que fosse possível comprar pares de galochas, as botas de borracha, para os Jojocas que residem na parte baixa do bairro São João. O local está passando por obras de estruturação na rede de saneamento e as ruas, após as chuvas, tornavam-se lamacentas, fazendo com que as crianças, no deslocamento para a escola, chegassem com os calçados sujos e, consequentemente, os pés molhados. Cada par de galocha custava R$ 35 e mais de 80 foram entregues.

Obrigada Diário do Sudoeste

Agradeço ao espaço que meus textos sempre tiveram no folhear das páginas do Diário do Sudoeste. Foram anos com matérias publicadas. Enquanto acadêmica do curso de Jornalismo da FADEP (atual UNIDEP), houveram matérias publicadas como estagiária da assessoria da Instituição, depois, também como estagiária da assessoria de comunicação, foram matérias publicadas para a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Depois do diploma em mãos, foram centenas de textos, pela Expopato, pela Feira Casa e Construção, pela Prefeitura de Pato Branco, pela Câmara de Vereadores e pelas oportunidades de escrever sobre Pato Branco e sobre os pato-branquenses, que surgiram em projetos paralelos.

Dos 19 anos que já dedico ao jornalismo, todos foram vividos com a existência do Diário do Sudoeste, ficando difícil imaginar como será chegar a próxima semana sem a costumeira edição. Agradeço aos espaços cedidos, a parceria da equipe e a oportunidade de ser jornalista, por meio das páginas que chegaram à inúmeras famílias, comércios, instituições e indústrias. Cidade e Região perderão a leitura impressa das notícias do presente que tornar-se-iam, nossa história.

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