Vicente acionou a Justiça alegando que é proprietário de uma chácara chamada Recanto das Araras, onde cria animais domésticos diversos – cavalos, pôneis, vacas, cachorros, galinhas, gansos, patos, etc – e também recebe, recolhe e abriga animais silvestres e domésticos em situação de risco, o que seria o caso de Chiquinho e Catarina. Além disso, sustentou que possui histórico de colaboração com a Polícia Ambiental de Mato Grosso do Sul.
O ‘tutor’ de ‘Chiquinho’ e ‘Catarina’ se insurgiu contra procedimento de fiscalização ambiental, em que fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso do Sul (Imasul) compareceram ao sítio e realizaram a apreensão de diversos dos animais, incluindo os macacos-prego.
Ao analisar o caso, Júlia destacou que a jurisprudência é a de que animais possuem status de bens jurídicos, são considerados objetos e não sujeitos de direitos. Ela ressalta que a discussão sobre tal situação deve avançar, com alterações legislativas que assegurem os direitos dos animais, citando que Áustria, Alemanha, Estados Unidos e Suíça já admitem a possibilidade dos animais serem sujeitos de direitos. No entanto, pondera que o ‘atual ordenamento brasileiro não deixa lacunas para criação jurisprudencial’ sobre o tema.
Caso o primeiro pedido não fosse atendido, o dono do Recanto das Araras pedia a ‘recuperação de bens apreendidos’, mas Júlia também negou o pedido. Ela considerou que o caso não era criminal, mas sim relacionado a um procedimento administrativo da competência de autarquias ambientais. Além disso, entendeu que não havia prova cabal de que Vicente fosse dono dos animais, sendo que há ‘lei expressa determinando que a propriedade de animais silvestres é da União’.
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