A campanha, instituída desde 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem por finalidade reforçar o controle das hepatites virais
A campanha “Julho Amarelo” tem a finalidade de conscientizar a população sobre os riscos da hepatite viral e alertar sobre as formas de prevenção, além de incentivar as pessoas a se vacinarem contra as hepatites A e B, buscarem o diagnóstico precoce, assim como o tratamento quando necessário.
A hepatite, é uma inflamação do fígado que pode ser causada por diversos fatores, seja por um vírus, pelo uso de alguns medicamentos, álcool e drogas, assim como doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Tratando-se de vírus, inúmeros deles podem ser os causadores das hepatites virais, entretanto, a maioria dessas alterações são transitórias, com pouco significado clínico. Os que possuem maior importância médica, relacionada a inflamação hepática são os vírus da hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV).
De acordo com a médica gastroenterologista do Hospital Santa Cruz, Daphne Benetti Morsoletto, as hepatites virais podem ser divididas em duas categorias: “Hepatites agudas, quando, normalmente o contágio aconteceu nos últimos 30 dias e a apresentação é de início recente, com sintomas de fraqueza, mal-estar geral, náuseas, redução do apetite, desconforto abdominal e icterícia (coloração amarelada de pele e mucosas); ou hepatite crônica, quando o contágio aconteceu há mais de 6 meses. Neste caso, os sintomas são muito discretos ou, mais frequentemente, inexistentes. O paciente até pode sentir algo inespecífico, como fadiga crônica, porém o diagnóstico geralmente é feito por alterações de exames laboratoriais coletados de rotina”, explica.
Formas de contágio
Existem diferentes formas de contaminação, isso dependerá do tipo de hepatite. “A hepatite A é prevenida com cuidados de higiene, principalmente alimentar, com saneamento básico, tratamento de água, lavar bem frutas e verduras e evitar banhos em águas contaminadas”.
“A contaminação das hepatites B e C pode ocorrer quando em contato com sangue contaminado, compartilhando seringas, agulhas ou material para aspiração de drogas inaláveis (canudos de cocaína). Em especial a hepatite B pode ainda ser transmitida por via sexual, sendo de suma importância o uso de preservativos, alerta a médica especialista.
Prevenção
Assim como existem diversas formas de contágio, a forma de prevenção também deve ser avaliada caso a caso, mas a boa notícia é que a maioria das hepatites tem cura. “A hepatite A é uma doença que cura espontaneamente, não sendo necessário qualquer tratamento específico. A hepatite C tem cura mediante a um tratamento supervisionado por médico, que dura em média 3 meses, usando medicamentos com poucos relatos de efeitos colaterais. Já a hepatite B deve ser avaliada caso a caso”, afirma Daphne.
Vacina
A vacinação ainda é a principal forma de prevenção contra as hepatites A e B. A imunização é feita da seguinte maneira:
Em crianças
Hepatite A: são administradas duas doses com seis meses de intervalo, aplicadas entre 1 ano e 3 meses e 5 anos de idade.
Hepatite B: as aplicações são em quatro doses, uma já nos primeiros dias de vida e as posteriores aos 2, 4 e 6 meses de idade.
Em adultos
Hepatite A- 2 doses: Em qualquer momento, o adulto que não foi vacinado na infância pode receber a proteção. São duas doses, sendo que a segunda deve ser tomada seis meses após a primeira.
Hepatite B- 3 doses: são três doses, para quem não tomou durante a infância ou nunca teve a doença. A administração da segunda dose deve ser feita um mês após a primeira e a terceira, seis meses após a segunda.
Existe ainda a versão combinada que imuniza os vírus das hepatites A e B, porém ainda não há vacina contra o tipo C. Por este motivo, a melhor forma de evitar o contágio é a prevenção. (Assessoria)