Sentença engloba o latrocínio de Guilherme Ambrosini, furto de arma de fogo e crimes de estupro
Na sexta-feira (20), o juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Pato Branco expediu a sentença de Claudir Lisboa da Silva, conhecido como “Marmita”, pelos crimes que levaram a sua prisão em junho de 2022. Ele foi condenado a 105 anos, quadro meses e dois dias de reclusão e 373 dias-multa, estes no valor de um trigésimo do salário mínimo de cada um, pelos crimes de furto de arma de fogo, estupros e o latrocínio (roubo seguido de morte) de Guilherme Ambrosini. A sentença de Marmita é a maior expedida pela Vara Criminal da Comarca de Pato Branco.
Para o Promotor de Justiça, Vitório Alves da Silva Júnior, a sentença proferida foi “adequada” levando em consideração os crimes praticados.
Em entrevista coletiva à imprensa, na tarde dessa segunda-feira (23), o Promotor destacou que durante as investigação e coleta de provas foram confirmados três crimes de estupro e recordou uma declaração feita pela delegada Franciela Alberton responsável pela Delegacia da Mulher de Pato Branco, a época da prisão, de que Marmita pegava de suas vítimas, roupas íntimas como uma espécie de troféu.
O Promotor ainda esclareceu que pelo fato do latrocínio, a sentença não teve envolvimento do Tribunal do Júri e sim decisão de um magistrado. “O Ministério Público entende que a sentença foi muito justa”, afirmou o Promotor, que revelou que desde a prisão e oitivas, o condenado sempre negou a autoria dos crimes. “Ele sempre negou a autoria, mas as provas eram bem fartas e não havia dúvida alguma com relação a autoria.”
A delegada, que conduziu as investigações e buscas até a captura de Claudir Lisboa da Silva, em junho do ano passado, e que ainda responde pela Delegacia da Mulher de Pato Branco enalteceu o trabalho das equipes envolvidas sejam de investigação, criminalística e órgão de segurança, bem como o trabalho do Ministério Público. Franciela afirmou “conseguimos que esse indivíduo fosse condenado a mais de 100 anos de prisão. Sentença recorde na Vara Criminal de Pato Branco, e possibilitando que ele permaneça preso e nunca mais pratique mal contra ninguém.”
Mesmo lamentando a existência de vítimas do condenado, Franciela afirma que o sentimento é de “dever cumprido. Soubemos que fizemos o nosso melhor, a gente deu o melhor do nosso trabalho em favor da sociedade para que a gente tirasse da sociedade um indivíduo tão perigoso, um psicopata, e que se ele permanecesse solto ele continuaria, sem sobras de dúvidas. Essa sentença nos traz o alívio de saber que ele não vai voltar para a sociedade e cometer novos crimes e fazer novas vítimas, provocar mais dores.”
Crimes
Durante as investigações foram coletadas provas de que os crimes foram cometidos seguindo um padrão, uso de lanterna, emprego de arma de fogo, nos mesmos dias da semana (aos sábados) — crimes sexuais foram cometidos em 24 de abril, 14 de maio e 12 de junho —, em locais de pouca movimentação, em intervalos de tempos parecidos, com o companheiro das jovens estupradas sendo colocados no porta-malas dos veículos.
Condenações anteriores
O Promotor lembrou que anteriormente o condenado já havia sido sentenciado por outros crimes, entre eles, tentativa de homicídio, que fizeram com que Marmita ficasse preso por 15 anos na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão. “Ele saiu porque tinha cumprido pena. Infelizmente, ele voltou a delinquir.”
Pena
O representante do Ministério Público afirmou que a defesa de Marmita pode recorrer a sentença, e explicou os trâmites judiciais, contudo ele afirmou acreditar que “a sentença não vá ser reformada. Se for ser reformada, em pouca coisa, para diminuir pena. Mas, pela fundamentação, acredito que não haja muita mudança.”
O Diário buscou a advogada Jusara Ramos Peres, que defende o condenado que em nota afirmou: “A defesa do Sr. Claudir Lisboa da Silva, informa que não se manifesta sobre processos em andamento. Apesar de respeitar a digníssima sentença, vai interpor recurso.”
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