“O clube está pior do que eu esperava e isso eu já esperava em uma situação complicada. Tudo se explicará porque senão seríamos cúmplices. Eles sempre aparecem nos contratos. Quando digo que achei o clube pior do que esperava é porque existem alguns contratos que nos condicionam muito”, começou por afirmar Laporta. “Precisamos mudar, modernizar. Se perdia e nada acontecia. Estão acontecendo coisas e vão acontecer coisas que serão para o bem do Barça”, completou.
Sobre reforços, Laporta deixou claro que, primeiro, o clube deve passar por uma mudança interna nos contratos, já que os números gastos, segundo ele, são maiores que as arrecadações. “Encontramos uma equipe de salários desatualizados e teremos que fazer malabarismos. Os contratos existentes podem ser alterados ou reorganizados, e então existem medidas drásticas que não gostaríamos de ter de tomar”, contou.
“Nada está descartado para o bem do Barça. Entre salários e amortizações temos uma magnitude de 650 milhões (R$ 3,9 bilhões na cotação atual), valor superior à receita do clube. Esses salários no mercado de agora estão desatualizados”, afirmou Laporta antes de citar Wijnaldum e dar uma leve cutucada no Paris Saint-Germain.
“Na semana passada, um nos escapou (Wijnaldum). Existem clubes que podem ter qualquer jogador. É uma questão que terá de ser analisada”, disse o dirigente.
SUPERLIGA – O presidente do Barcelona afirmou ainda que o projeto da Superliga Europeia continua de pé e geraria uma injeção significativa de recursos financeiros para o clube. “O projeto está vivo”, garantiu Laporta, defendendo a competição e insistindo que “para o Barcelona significaria um mínimo de 700 milhões de euros (R$ 4,2 milhões) por temporada, mais variáveis”.
Diante da oposição da Uefa, o presidente do clube catalão insistiu que se trata de um projeto que visa “a sustentabilidade financeira dos clubes e tornar a competição mais atrativa” face à diminuição da audiência no futebol. “Não nos faça pedir desculpas por pensar ou organizar uma competição, ou por querer ser os donos do nosso destino no mundo do futebol”, acrescentou Laporta, chamando a Uefa de “monopólio de fato”.
Barcelona, Real Madrid e Juventus são as últimas três equipes que permanecem no projeto, depois que os outros nove clubes fundadores recuaram diante da oposição de torcedores, jogadores e organismos do futebol. A Uefa abriu um processo de sanção contra eles, que teve de suspender diante de uma ordem de um tribunal comercial de Madri proibindo qualquer punição, desde que o conflito não tivesse sido legalmente analisado no mérito.
“O tempo acabou provando que estávamos certos”, disse Laporta em referência às medidas judiciais a favor da Superliga.
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