A classe artística foi uma das mais impactadas pelas consequências da pandemia de covid-19. Com a necessidade de manter o distanciamento social, muitos profissionais tiveram suas rendas comprometidas pelo fechamento temporário de casas de espetáculos e cancelamento de festas, eventos e aulas presenciais.
Aprovada em 2020, a lei Aldir Blanc foi uma medida criada para atender de forma emergencial a categoria, por meio da destinação de recursos para a produção de obras, espetáculos, cursos e outras formas de arte.
De acordo com Geraldo de Carvalho, gestor cultural do Departamento de Cultura do Município de Pato Branco, desde a aprovação do texto pelo menos 47 artistas e grupos desenvolveram projetos por meio da lei.
Para o município foram destinados aproximadamente R$ 600 mil em recursos da união para o custeio de projetos, aprovados por meio de edital. O gestor explica que deste montante ainda estão a disposição cerca de R$ 160 mil, que deverão ser investidos por meio de um novo edital, que deve ser publicado em breve.
Os projetos foram aprovados em duas categorias: materiais em vídeo, que envolveram performances e aulas de música, dança, artes circenses, artes plásticas, entre outras, modalidade que contou com 30 artistas beneficiados, e produtos culturais, que resultou em trabalhos feitos por 17 artistas plásticos e artesãos.
Os trabalhos em vídeo está disponíveis gratuitamente no canal do Departamento de Cultura no Youtube (www.youtube.com/patobrancocultura).
Já parte dos produtos culturais estão sendo expostos na sede do Departamento, na rua Arariboia 749, próximo ao colégio La Salle. Geraldo explica que os quadros e peças de artesanato deverão ser expostas em outros locais.
Projetos
A bailarina Yohanna Kuhl desenvolveu um dos projetos locais contemplados pela lei. Ela produziu uma aula em vídeo sobre os principais fundamentos, movimentos do balé, e registrou uma coreografia própria inspirada nas incertezas e angústias trazidas pela pandemia.
“O momento da pandemia foi um dos mais complicados que eu já presenciei como artista. Vejo que a arte foi muito deixada de lado e vista como algo superficial, então o meu trabalho em si foi afetado porque durante o ano de 2020 eu praticamente não consegui atuar na minha área que é a dança e o balé”, conta a artista sobre as dificuldades do período.
“Acho que foi um dos períodos em que mais precisamos da arte. Sem ela a gente deixa um pouco da nossa alma morre. A gente precisa da arte pra conseguir ter inspirações e seguir sonhando que as coisas vão melhorar”, opina.
Yohanna avalia que a lei foi importante pois permitiu que ela voltasse a atuar como bailarina, permitiu mostrar um pouco mais da sua arte e serviu como fonte de renda.
O trabalho da bailarina está disponível no canal do Departamento de Cultura, assim como o documentário “Madeira, tijolo, concreto”, dirigido pela arquiteta Tamara Alff. O filme apresenta um pouco da evolução da construção civil em Pato Branco, a partir do depoimento de profissionais da área e de moradores de edificações históricas.
Bolsa qualificação
Estão abertas as inscrições para Programa Bolsa Qualificação Cultural, iniciativa promovida pelo governo do Paraná, com recursos da lei Aldir Blanc.
O programa será operacionalizado em parceria com a equipe técnica da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e oferecerá cursos nas seguintes áreas: Artes Visuais; Audiovisual; Circo; Dança; Literatura, Livro e Leitura; Música; Ópera; Povos, Comunidades Tradicionais e Culturas Populares; Teatro; e Técnicos. As aulas acontecerão na modalidade Ensino a Distância (EaD), porém, os interessados que não tiverem acesso à internet poderão solicitar material impresso à UEPG. Ao todo são 12 mil vagas para todo o Paraná, sendo 87 para artistas de Pato Branco.
A cada módulo o participante terá o direito de receber R$ 1 mil, totalizando R$ 3 mil ao final do programa. Os interessados em participar devem realizar as inscrições até o próximo dia 30 de setembro pelo site (inscricoes.apps.uepg.br).
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