Acompanhada da filha Valeskinha, campeã olímpica de vôlei em Pequim 2008, na solenidade, a carioca relembrou as dificuldades nos tempos em que competia.
“Quando entrei para o atletismo nem sabia que tinham competições como Sul-americano e Jogos Olímpicos. Esporte individual tinha que ter índice. Eu não estava com índice. Fui competir por acaso e fiz o resultado”, disse a ex-atleta, que aproveitou para mandar uma mensagem de apoio aos brasileiros que vão disputar a Olimpíada no Japão.
“Já que estão em Tóquio é porque mereceram. Sejam perseverantes e pensem que são tão bons quantos os outros. Briguem pela medalha de ouro.”
Sem técnico, uniforme, tênis adequado e intérprete, Aida fez história nos Jogos de Tóquio de 1964. Única mulher em uma delegação de 68 atletas, a pobre menina negra do Morro do Arroz, em Niterói, alcançou o 4º lugar no salto em altura.
A façanha ganhou destaque mundial. Por 32 anos, Aida obteve a melhor marca de uma atleta brasileira em Olimpíada – 1m74 -, sendo superada em 1996, nos Jogos de Atlanta.
“Aida é uma referência. Hoje nós temos quatro atletas do atletismo no Hall da Fama e ela é a primeira mulher. Tem um simbolismo muito grande”, diz Wlamir Campos, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt)
“Nossas atletas medalhistas em campeonatos mundiais e em olimpíadas recebem a medalha Aida dos Santos. Isso mostra a dimensão dela e sua referência para as mulheres. Ela era uma estrela solitária e hoje ilumina com seu brilho todo o atletismo nacional”, completa.
Inaugurado em 2018, o Hall da Fama do COB tem o objetivo de valorizar os heróis olímpicos brasileiros e personagens que contribuíram de maneira marcante com o esporte no Brasil. Paula e Hortência (basquete), Torben Grael (vela), Maria lenk (natação), Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo), Bernardinho e Zé Roberto Guimarães (vôlei) foram alguns dos que já foram homenageados.
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