Idealizado em 2019, o projeto teve mudanças na programação devido a pandemia e será distribuído gratuitamente pelo mecenas Claudio Petrycoski
Marcilei Rossi com assessoria
Uma obra literária com cerca de 380 páginas é o mais recente, e quem sabe, mais completo livro lançado recentemente que conta a história de Pato Branco (PR) e de seu povo. Assinado por Luiz Francisco Guil, o livro Pato Branco foi lançado na noite desta quinta-feira (17), no auditório do Sesi/Senai, mas até chegar às mãos dos convidados que demandou mais de um ano de pesquisas, entrevistas, produção textual, revisão, impressão.
Patrocinado pela Atlas Eletrodomésticos e pelo Instituto Theóphilo Petrycoski (ITP), o livro reúne fotos históricas dos acervos dos Institutos Prosdócimo Guerra e Theóphilo Petrycoski, de fotógrafos e de famílias entrevistadas, além do olhar atento do fotógrafo Rodinei Santos.
Sétima obra de Luiz Francisco Guil, o livro ‘Pato Branco’ se difere as demais tanto na elaboração, produção, patrocínio e finalização do trabalho. “Consegui realizar um trabalho com a qualidade que eu almejava (…) também tive a oportunidade de editar/diagramar esse livro, o que me deu liberdade para elaborar conforme meus próprios conceitos de estética. Apesar da dificuldade representada pelo início da pandemia de covid-19 em 2020, — o que restringiu o trabalho de pesquisa e entrevistas —, acredito que o resultado é uma obra abrangente e bem representativa da realidade passada e presente de Pato Branco e do Sudoeste paranaense.”
O autor destaca o respeito e o comprometimento das pessoas com o livro. “Fui muito bem recebido em Pato Branco, tanto na cidade quanto nas comunidades rurais. Na questão histórica, o desenvolvimento da cidade, a partir de uma pequena vila, pode ser considerado um fato marcante. Isso foi extensamente explorado no texto. O tema mais abrangente e surpreendente é, com certeza, a Revolta dos Posseiros. O livro é isto: um conjunto de resumos de histórias. É um apanhado geral de tudo que havia sido produzido anteriormente, com alguns acréscimos que obtive a partir de entrevistas e pesquisas em jornais antigos e atas de cartório.”
Mobilização
Cláudio Petrycoski, anfitrião pela Atlas Eletrodomésticos e pelo Instituto Theóphilo Petrycoski, afirma que o lançamento é o momento final de todo um trabalho. “Pato Branco tem uma história que não é tão longínqua, mas mostra que cada passo evolutivo das gerações que nos antecederam foi firme e, de fato, nos proporcionou a evolução necessária para o atual momento. O livro evidencia um pouco do trabalho, dos desafios e das dificuldades de personalidades e organizações que fizeram diferença e, ao mesmo tempo, mereceram o devido registro histórico como uma homenagem pela contribuição deixada. Registra o esforço dos desbravadores, daqueles que foram edificando novas estruturas e materializando serviços que foram dando corpo a cidade que vivemos e tanto amamos.”
Apreciador da história e apoiador da arte, Petrycoski afirma “a nossa [história] precisava ser contada, ponto a ponto, detalhe a detalhe. E quero crer que ai está registrado.”
O fotógrafo Rodinei Santos disse que “o trabalho fotográfico na obra tem a inspiração e influência de um povo. Pato Branco é uma cidade linda pela sua gente e pelas edificações deixadas pelos que foram e pelos que estão. Como fotógrafo busco a sensibilidade em tornar o simples do cotidiano mais belo e captar o que está na nossa vida e muitas vezes não temos o tempo e nem o local certo para ver.”
Liderado por Augustinho Zucchi, a intenção inicial era fazer um livro que registrasse todas as etapas da cidade desde a Guerra do Contestado até os dias de hoje, passando pela migração, formação da cidade, evolução, constituição populacional, entre outros fatores que fazem parte do histórico de Pato Branco. “Queria um registro como história que pudesse ser partilhado com quem chegou depois em Pato Branco, que não conheceu o início da cidade, assim como com as crianças, que cada vez menos sabem do que aconteceu com nossa gente, como foi nossa evolução”, diz o ex-prefeito.
A ideia era que o livro fosse lançado em 2021, mas, devido a pandemia, a data precisou ser adiada. “Combinamos então de fazer o lançamento para comemorar os 70 anos de Pato Branco”, resume Zucchi, que com relação a obra afirma que o sentimento é duplo: de gratidão, por conhecer a trajetória de quem começou a construir Pato Branco; e de respeito, sobretudo a todos aqueles que somaram nessa história.
O prefeito Robson Cantu destacou que “Pato Branco é uma cidade rica em história, cultura e desenvolvimento. São 70 anos contados em apenas um livro, mas que trazem detalhes importantes sobre todo o processo do nosso município. Parabenizo os idealizadores e todos que auxiliaram na elaboração e confecção desse importante livro, que pode ser considerado um acervo histórico que tocará muitas pessoas de todos os lugares”, ele também fez referência ao trabalho fotográfico da obra parabenizando Rodinei Santos ao que declarou “um fotógrafo sensacional.”
Documentário “A Revolta”
Durante o lançamento do livro, o produtor Rubens Genaro, de Curitiba, falou sobre um Docudrama que começa a ser produzido e precisará de apoio e dentro da Lei de incentivo a Audivisuais.
O documentário terá como pano de fundo a Revolta dos Colonos, está em fase de produção sob a liderança de Genaro que foi um dos produtores de Oriundi, longa metragem rodado no Paraná com Anthoni Quinn; de Cafundó, com Paulo Betti e Clóvis Bueno; de Anita e Garibaldi, mini-série televisiva numa produção ítalo-brasileira, entre outros trabalhos, como Águas Selvagens, numa produção em parceria com a Argentina. “Será uma obra diferenciada e marcante que, sem dúvida, evidenciará, de forma diferenciada um momento diferenciado no desenvolvimento desta região.”