Para isso, Luana lembrou que, se o vírus da covid-19 for colocado no micro-ondas, ele irá morrer, mas que isso não irá levar um médico a receitar que o paciente entre “no forno duas vezes por dia”. “O senhor entende? Essa diferença precisa ficar clara para as pessoas que estão em casa”, afirmou ao senador. A médica frisou que a ciência ainda não descobriu tratamento inicial para a covid.
“Se eu pegar essa cultura viral e botar no micro-ondas, senador, os vírus vão morrer, mas não é por isso que vou pedir ao paciente entrar no forno duas vezes por dia”, comparou a médica, que teve o nome vetado pelo governo federal para integrar o Ministério da Saúde mesmo após anuncio do titular da pasta, Marcelo Queiroga.
A comparação sobre a diferença de matar o vírus da covid-19 diretamente pelo calor e combatê-lo quando já infectou o paciente foi uma tentativa de explicar o motivo de remédios que funcionaram ‘in vitro’ para destruir o coronavírus não terem surtido efeito quando administrados no corpo humano.
“Existem medicações antivirais para HIV que funcionaram in vitro, por exemplo, para a covid, mas não funcionaram no organismo humano”, explicou a infectologista. Ela lembrou ainda que, no caso da hidroxicloroquina, as ações do remédio para combater, por exemplo, a malária e doenças reumatológicas, não tiveram eficácia para tratar a covid-19.
“A hidroxicloroquina tem vários mecanismos de ação, e um deles que funciona muito bem na malária, é que ela altera o PH dentro do parasita da malária. Também tem ação de modulação do sistema imunológico, que precisa de tempo para agir, e é por isso usado a longo prazo nas doenças reumatológicas. Nenhuma dessas circunstâncias foi provada ser eficaz na questão da covid”, disse a médica, lembrando que, já no início da pandemia, a plausibilidade teórica de usar medicamentos como a cloroquina no tratamento da covid já era muito frágil.
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