A desinformação, na sua visão, tem sido usada, cada vez mais, de maneira estratégica por parte dos “governos que não são muito apaixonados pela democracia”. “A desinformação virou um modo de governar, o que é perigosíssimo”, disse Huck.
Como exemplo, ele mencionou a propagação da existência de super notificação de mortes no Brasil por covid-19, com suposto endosso do Tribunal de Contas da União (TCU). “Este é o grande perigo: a destruição das instituições, pegar parte da sociedade e arrastá-la através de uma política populista, fiscalmente irresponsável, onde você compra setores para obter apoio”, afirmou Huck. Ainda que governos tenham sido eleitos democraticamente, conforme ele, tais ações não fortalecem a democracia.
Huck defendeu ainda a necessidade de o Brasil evoluir do lado da educação e acabar com o “jeitinho brasileiro” que, segundo ele, é ponte para “coisas endêmicas” no País. “Não é botar um na cadeia. É educação… É através da educação 1, 2, 3. É permitir que o CEP em que a pessoa nasceu não determine a qualidade de educação e as oportunidades que ela terá na vida”. “Temos de combater a desigualdade de oportunidade no País”, acrescentou.
Novamente, ele reforçou o coro pela construção de um projeto para o Brasil em conexão com as ruas, com as pessoas. “A gente tem de defender a democracia, que está em risco. A gente só vai conseguir um projeto de país se ele se conectar com as pessoas, que olhe para frente, resgate a esperança, o direito de sonhar”. “Qualquer outra narrativa, a memória do passado será mais importante”, disse Huck.
A live é organizada pelo Parlatório, uma organização sem fins lucrativos, e ocorre neste domingo. Entre os participantes do encontro virtual estão os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, banqueiros como o presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio; do UBS, Sylvia Coutinho, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Luiz Fernando Furlan, além de empresários como Chaim Zaher, Jorge Gerdau, entre outros.
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