Nesta sexta-feira, 25, Bolsonaro disse a jornalistas que a PF vai abrir um inquérito para apurar o caso. Integrantes da CPI dizem que, informalmente, sabem que a autoridade policial não abriu nenhuma investigação até o momento. “Ele (Bolsonaro) se comprometeu a chamar, através do DG (diretor-geral) da Polícia Federal, apresentar para uma investigação para investigar se tinha algo ilícito”, disse Luis Ricardo durante o depoimento na comissão.
Além disso, o servidor da pasta relatou que a postura da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça os questionamentos levados por ele e pelo irmão ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março. A Barath Biontech, fabricante da Covaxin, apresentou à Anvisa validade das doses até janeiro de 2023. A agência reguladora, porém, questionou o prazo porque, na autoridade sanitária da Índia, o prazo de validade do mesmo produto era de seis meses – o que significaria um vencimento entre maio e junho.
A pressão para acelerar a importação da vacina indiana, no relato feito pelo servidor da pasta, veio por meio de mensagens e ligações de três superiores do Ministério da Saúde: coronel Marcelo Bento Pires, ex-coordenador de Logística; Alex Alial Machado, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde; e Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística. Os nomes, de acordo com ele, foram citados na reunião com o chefe do Planalto.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF), por sua vez, apresentou na CPI prints de conversas entre ele e o irmão sobre supostas irregularidades na compra e a pressão para que o ministério fechasse o contrato. Ele afirmou que também alertou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. “Eu conversei com o Eduardo Bolsonaro sobre as denúncias encaminhadas ao meu irmão e mandei para ele o contato, para que ficasse mais fácil de ele conversar”, falou. Questionado se Eduardo Bolsonaro fez contato com o servidor, ele respondeu negativamente.
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