Dado o rápido sucesso, ele virou auxiliar de Marcos Aurélio Motta na seleção feminina principal entre 2001 e 2002. Em clubes, fez outra mudança de casa, já que o vôlei no Brasil é inconstante quando o assunto é investimento. Até a temporada 2004-2005, Luizomar comandava o Automóvel Clube de Campos, do Rio de Janeiro. Nesse meio tempo, esteve à frente do categoria infanto-juvenil brasileira, onde, em sua primeira competição, levou o bronze no Mundial sediado na Polônia.
Após ter um grande desempenho no Oi/Macaé, em 2005-2006, o treinador foi convidado a assumir o Finasa/Osasco, um dos principais times brasileiros no vôlei. Vindo de duas finais seguidas contra o Rexona/Ades, de Bernardinho, a equipe tricampeã chegou mais uma vez à decisão juntamente com as grandes rivais.
Buscando o tetra e ressentidas pela derrota no ano anterior, as atletas do Osasco chegaram até o limite, mas perderam o título para o time carioca no quinto set do quinto jogo da série. Infelizmente, Luizomar amargou o vice pelos dois anos seguintes.
Em 2009, a direção do banco Finasa, patrocinador do Osasco, decidiu acabar com a equipe adulta, o que foi uma surpresa para a comissão técnica e as atletas. O técnico do clube osasquense entrou em ação e, após negociar com empresários locais, garantiu a continuidade do time. Ele também assumiu o cargo de gerente administrativo.
Meses depois, a Nestlé tornou-se patrocinadora da equipe, dando sustentação a ela no cenário nacional. No primeiro ano de Sollys/Osasco (2009-2010) as comandadas de Luizomar foram campeãs do Sul-Americano de Clubes e vice-campeãs paulistas.
Na mesma temporada, o pernambucano ainda garantiu o tetracampeonato da Superliga ao vencer o Unilever, antigo Rexona. Com muita emoção, Natália, revelada pelo treinador, brilhou na decisão e contribuiu para a conquista osasquense, em um time que contava com jogadoras como Sassá, Jaqueline e Camila Brait.
Depois de perder para o rival carioca em 2010-2011, o Sollys/Osasco repetiu o feito do ano anterior em 2011/2012 ao acumular os títulos da Superliga e do Sul-Americano. Tricampeão nacional, Luizomar ainda conquistou o Campeonato Mundial e o Paulista na temporada.
Depois disso, a equipe paulista perdeu o duelo contra o Unilever, no que foi a última aparição do Osasco em finais de Superliga. Sem a ajuda da Nestlé, e com o surgimento da parceira com o Audax, Luizomar segue no comando do time até hoje. Ele definitivamente está entre os maiores da história do clube, ao lado de José Roberto Guimarães, tricampeão nacional e bi estadual com os paulistas.
Porém, o treinador pernambucano não para de se desafiar. Após ficar 11 dias na UTI no começo do ano se recuperando da covid-19, ele decidiu assumir a seleção feminina de vôlei do Quênia nas Olimpíadas de Tóquio. O convite da Federação Internacional de Vôlei veio no final de abril, e Luizomar não pensou duas vezes.
Sem abrir mão de seu trabalho no Brasil, o lendário técnico voou pela segunda vez para treinar o país africano pensando em desenvolver o esporte em um local com pouca tradição, sem se importar muito com a campanha nos Jogos.
Até o momento, a seleção africana perdeu as duas partidas que disputou contra Japão e Coreia do Sul por 3 a 0. Mas isso já era esperado. Ele e seus cinco assistentes, todos do Osasco, podem comemorar o fato de que, em metade dos sets perdidos, as quenianas deram trabalho, sendo superadas por no máximo três pontos.
“Me contaram que quando estão felizes, os quenianos dançam. E as meninas estão muito felizes com nosso trabalho, me fizeram essa surpresa pelos meus 55 anos”, disse Luizomar durante a preparação para a Olimpíada.
Curiosamente, o Quênia está no mesmo grupo do Brasil, o Grupo A. No dia 2 de agosto, às 9h45 (de Brasília) está marcado o confronto entre as duas seleções, que vai encerrar a fase de grupos do torneio.
Se a seleção do técnico brasileiro der tanto trabalho quanto a República Dominicana às nossas jogadoras, poderemos ver um jogo muito equilibrado. Mas só a atitude desse pernambucano natural de Caruaru já fez valer o espírito olímpico e mostra o porquê dele ser tão grande no esporte.
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