Lula viajou ao Ceará e havia pedido, há uma semana, reunião com Tasso. O encontro durou aproximadamente uma hora e ocorreu no escritório particular do tucano. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), e o ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE), acompanharam Lula na agenda.
Após a conversa, o senador afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a conversa girou em torno do cenário atual da política brasileira, da importância da defesa intransigente da democracia, do fortalecimento das instituições e do compromisso de resistência a qualquer ato ou medida que ponha em risco a democracia no País. De acordo com o tucano, nenhuma aliança eleitoral entrou na pauta.
O encontro entre Lula e Tasso ocorreu após uma reunião do petista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em maio. FHC já admitiu votar em Lula em um segundo turno contra Bolsonaro. Tasso é apontado como um dos pré-candidatos às prévias do PSDB para definição do candidato ao Planalto em 2022, disputa na qual Bolsonaro e Lula protagonizam uma polarização. O senador deve anunciar até setembro se realmente vai concorrer às primárias do partido, marcadas para novembro.
Apesar de estarem em campos opostos, Tasso e Lula mantiveram um nível de diálogo nos últimos anos. Durante a prisão do petista em Curitiba (PR), o senador enviou carta ao ex-presidente em solidariedade após a morte do neto de Lula, em março de 2019. No Ceará, PT e PSDB devem continuar em campos distintos. Os tucanos caminham para uma aliança com o PDT, enquanto a legenda petista fala em candidatura própria.
Após a conversa com o senador do PSDB, Lula se encontrou com o senador Cid Gomes (PDT), irmão do ex-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes, que vem intensificando ataques ao petista, e com o governador Camilo Santana (PT). Além disso, teve uma agenda com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB).
O ex-presidente Lula tem feito aceno aos partidos de centro e dado sinais que pretende formar uma aliança para além da esquerda em oposição a Bolsonaro no próximo. Um dos partidos mais próximos, de acordo com aliados do ex-presidente, é o PL, legenda “número 2” no bloco formado pelo Centrão e que hoje declara apoio a Bolsonaro.
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