Madeira vira escultura nas mãos de artista local

Para a grande maioria das pessoas, um pedaço de madeira na margem de um rio é apenas um pedaço de madeira na margem de um rio. Osório Savoldi, porém, costuma enxergar um pouco além, e um pedaço de madeira ganha formas em sua imaginação.

Osório é profissional de contabilidade, pescador e artista plástico. No apartamento da família, no centro de Pato Branco, estão várias obras que ele criou a partir de galhos e troncos que encontra em suas pescarias, geralmente nos lagos do Rio Iguaçu. Ele bate o olho na peça e enxerga a forma de uma pessoa, de um animal, recolhe e em seu atelier ajusta detalhes e algumas modificações para que todos possam enxergar o que até então só ele via.

Natural de Concórdia, Santa Catarina, Osório vive no sudoeste desde os noves anos de idade. Ficou cinco anos no seminário e depois estudou economia na antiga Facepal, hoje Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Palmas. É profissional de contabilidade há 45 anos, e ao longo de toda vida sempre gostou das artes, em particular do desenho. “Eu desenho desde os seis, sete anos”, lembra.

Nas paredes do mesmo apartamento também estão algumas obras feitas a lápis e fotografias, a maioria de paisagens, registros de viagens e dos rios por onde já pescou.

O desenho é mais uma das artes do profissional de contabilidade

Aliás, apesar de estar aposentado, aos 66 anos de idade, Osório ainda atua como contador por meio do seu escritório, em Mangueirinha, onde atende empresas de vários segmentos. Segue trabalhando para se manter ativo, como ele mesmo justificou. “Sempre gostei de artes. Comecei a fazer esculturas, também faço trabalhos em melancia e trabalhos com latas de alumínio. Mas eu nunca vivi disso”, conta.

A arte em madeira é uma das formas de expressão mais recentes de Osório. O início, há cerca de 10 anos, foi por curiosidade. “Essa madeira aqui, foi a natureza que fez esse trabalho. Eu fiz questão de deixar algumas partes para que seja possível ver que é uma planta mesmo”, detalha o artista ao mostrar uma de suas obras, que lembra a cabeça de um pássaro.

Osório tenta interferir o mínimo possível na matéria-prima, exatamente para dividir os créditos com o trabalho natural feito ao longo do tempo pelo vento e pela água. Sua peça favorita representa uma mulher. Boa parte dos contornos que lembram a fisionomia feminina são características da madeira.

Parte do acervo do artista, no apartamento da família em Pato Branco

Entre as poucas interferências estão pequenos ajustes, o corte e a colagem de pedaços da própria madeira em outras partes da peça, como as patas de uma obra que lembra um dinossauro, e o acréscimo de materiais que representam olhos ou que servem de base, como peças plásticas e pedras.

Outra obra lembra um atleta de basquetebol na posição de fazer uma enterrada. Para ficar mais clara a analogia, Osório adicionou uma bola de pingue-pongue na mão que estaria direcionada a cesta. Os materiais usados são basicamente massa epoxi, cola e tinta, quando necessário, e verniz para o acabamento.

As obras de Osório em breve deverão estar expostas e disponíveis para venda na floricultura Planta Garden, em Pato Branco.

Osório lapida peças de madeira que encontra em suas pescarias

Livros

O período de maior confinamento por conta da pandemia de covid-19 também estimulou Osório a escrever. Ele começou colocando no papel as piadas que gosta de contar, o que rendeu o livro “Centenas de piadas – mil motivos para rir”, disponível na Amazon.

Também está disponível na loja da Amazon o relato de Osório sobre sua luta contra o tabagismo: “Como Parei de Fumar – Minha maior Vitória”. As obras do autor podem ser encontradas no link: www.amazon.com/dp/B09HLD5B26.

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