Criado em 2003, em Limeira, no interior de São Paulo, o Kabum! teve receita bruta de R$ 3,4 bilhões de reais e um lucro de R$ 312 milhões nos últimos 12 meses. A plataforma dos irmãos Thiago e Leandro Ramos estaria à venda, pelo Itaú BBA, desde o fim de 2020. “Foi um processo competitivo, eles chegaram a conversar com outras empresas. Foi um processo relativamente quente”, diz Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza sobre a transação.
Para ele, a intenção de venda do ativo veio do entendimento que o melhor para a plataforma seria a combinação com um ecossistema grande. “O e-commerce de nicho é muito específico. Por melhor que ele seja e mais rentável, em algum momento um dos grandes players pode entrar no mercado deles. E eles estão no melhor momento de sua história na pandemia”, diz Trajano.
A negociação foi trabalhosa, já que com uma operação rentável e organizada, o Kabum! não precisava da venda e podia fazer suas exigências. “Era um ativo que interessava a outros também. Se fôssemos muito conservadores, perderíamos o negócio”, pondera Trajano. Ele avalia que o valor acordado, que representa a maior aquisição da história do Magalu, foi justo.
Depois do pagamento da primeira parcela de R$ 1 bilhão, a segunda etapa envolve a transferência de 75 milhões de ações ordinárias do Magazine Luiza ao longo de um ano e meio. Para isso, a empresa pode emitir ações ou usar as que tem em tesouraria. Depois, em janeiro de 2024, a varejista deve pagar até 50 milhões de ações, a depender do cumprimento de metas de performance do KaBuM!. Trajano comenta que essa é uma forma de garantir o comprometimento da adquirida com o ecossistema da empresa como um todo.
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