O esgotamento do estoque foi justificado em razão da “alta adesão” do público entre 50 e 59 anos, que segundo a Prefeitura foi 90% vacinado. “A rede municipal de saúde iniciou esta segunda-feira, com cerca de 50 mil doses de vacinas contra a covid-19 em estoque. Às 13 horas, o estoque médio era de 22 mil. Por isso, parte das unidades registrou falta temporária do imunizante”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.
Centenas de unidades de saúde registraram falta de vacina. O desabastecimento, que já havia sido notado em menor escala ao longo do fim de semana, interrompeu parcialmente a aplicação no dia voltado para a repescagem, uma segunda oportunidade para pessoas de 50 a 59 anos que perderam a primeira chance na semana passada.
A Prefeitura de São Paulo conta com 468 Unidades Básicas de Saúde (UBS) habilitadas, além de 3 centros de saúde e 17 serviços de atenção especializada. O funcionamento da maioria ocorre entre 7 e 19 horas, mas por volta das 18 horas o site “De Olho na Fila”, criado pela gestão municipal para facilitar a busca pelo imunizante, mostrava que a vacinação em 315 locais não estava funcionando, ou 64,7% do total.
Por regiões
A área da cidade mais afetada pelo problema foi a zona norte, onde 82,6% das 92 unidades de saúde paralisaram a aplicação. Na zona sul, a porcentagem ficou em 82,5%, com a paralisação em 132 de 160 locais de aplicação. Na zona leste (54%) e no centro (40%), o problema parece ter sido menos intenso. E na zona oeste só 2 de 30 unidades (6,6%) foram afetadas nesta segunda-feira.
Nas redes sociais, os moradores compartilharam a dificuldade de vacinação. Uma internauta relatou que tentou se vacinar na UBS do Parque Novo Mundo, na Vila Maria, zona norte, na sexta de manhã, mas as vacinas acabaram. Ela retornou à unidade nesta segunda-feira, mas informaram que não havia previsão para a volta do estoque, o que a motivou ir a Guarulhos em busca de um imunizante.
“Com relação ao status ‘não funcionando’, da página ‘De Olho na Fila’, a SMS esclarece que não são unidades fechadas, mas, sim, providenciando o remanejamento/abastecimento de doses”, informou a secretaria de Saúde.
O ritmo de vacinação foi acelerado após o mais recente anúncio do governo do Estado em relação ao cronograma de aplicação. A gestão João Doria (PSDB) mudou pela terceira vez o calendário, para prever que todos os adultos receberão a primeira dose até 15 de setembro. Com isso, desde a semana passada a Prefeitura passou a escalonar as idades para aplicar a vacina em pessoas abaixo dos 60 anos sem comorbidades.
No sábado, duas unidades de saúde da zona norte da capital já tinham ficado sem doses. As unidades Carandiru e Vila Guilherme ficaram por algumas horas sem o imunizante. Na oportunidade, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “pela grande procura, ocorreram faltas pontuais e as unidades estão sendo reabastecidas”.
Estado
Procurado, o governo do Estado de São Paulo disse que o calendário estadual tem como base os envios de doses por parte do Ministério da Saúde e defendeu o cronograma estabelecido e divulgado pelo governador João Doria (PSDB) na semana passada. “Existe um conjunto de datas previstas (de entrega de doses), e é com base nessas datas que o plano prevê a continuidade da vacinação no Estado de São Paulo. O que nós temos observado é que, nem sempre, as datas previstas pelo MS (Ministério da Saúde) vêm sendo cumpridas”, disse o secretário executivo da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Eduardo Ribeiro, citando o adiamento na entrega de doses da Janssen, que devem chegar ao País nesta terça-feira.
Ribeiro disse que “o Estado vai distribuir mais doses do Butantan e de outros fabricantes, para que todos os municípios, não só a capital, sigam avançando no plano de imunização”. Segundo o Estadão apurou, na avaliação do governo do Estado a medida de suspensão adotada pela Prefeitura poderia ter sido evitada, dada a chegada de novas doses nesta terça-feira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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