Com um longo currículo ligado à cultura, um dos principais focos de seu trabalho é a educação, como atesta sua passagem pelo Instituto Arte na Escola. Ela integra também o Conselho de Administração da Fundação Bienal de São Paulo desde 2005, tendo assumido a presidência do mesmo de 2009 a 2012. Elizabeth Machado, nesta primeira entrevista após a oficialização de seu nome como presidente do MAM, afirma que sua linha de atuação não será diferente no museu, pretendendo estimular a educação por meio da arte, com foco na população carente da cidade.
“O que eu sinto é que estamos no momento de reorganizar as coisas”, diz a nova presidente. “O MAM fez muito na área digital durante a pandemia, mas precisamos pensar novas formas de exibir nosso acervo de 5 mil obras”. De fato, o espaço físico do museu no Ibirapuera é bastante limitado. Uma solução, segundo Elizabeth, seria buscar parcerias com outras instituições que já operam na área para montar exposições fora do Ibirapuera – ela cita o Sesc como um possível parceiro. “Nosso acervo de arte contemporânea não tem sido exibido em mostras físicas, e nada substitui a experiência desse contato próximo com a obra”.
Fortalecer os laços com instituições que já atuam na área e aproximar o museu do público jovem são duas estratégias que a nova diretora pretende adotar em sua gestão. O museu conta hoje com um orçamento anual em torno de R$ 15 milhões, ainda pequeno para se aventurar em grandes projetos, mas a experiência de Elizabeth Machado à frente do Teatro Alfa deve ajudar na captação de recursos junto a grandes patrocinadores.
“A pandemia deixou marcas na economia e a solução é promover ações conjuntas com outras instituições culturais, atingindo um público que normalmente não frequenta o museu do Parque Ibirapuera. Um primeiro passo é montar exposições do acervo da instituição em outros espaços, dando maior visibilidade à valiosa coleção do MAM por meio dessas parcerias, segundo ela.
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Isso não deve significar maior dificuldade para atrair patrocinadores, garante a diretora.
“Este ano o setor cultural está complicado, mas o MAM tem potencial para convencer grandes patrocinadores a bancar seus projetos”, acredita. A coleção do museu abriga os maiores nomes da arte moderna e contemporânea brasileira, de Di Cavalcanti a Tunga, passando por Volpi. E o museu já produziu muita arte experimental, que nunca chegou ao grande público. A interação entre música, teatro e artes visuais, acredita a nova diretora, poderá significar um novo jeito de estimular a audiência após a pandemia – e o museu vai trabalhar com essa perspectiva de “arte total” de olho no futuro.
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