Ação que teve início na terça-feira (7), permaneceu durante toda a quarta-feira. No trevo da Volvo, caminhoneiros com cargas perecíveis, veículos pequenos e de segurança eram liberados
As manifestações iniciadas em 7 de setembro seguem ocorrendo mesmo que de forma pontual em alguns municípios do sudoeste do Paraná.
Um dos pontos, onde foram realizadas mobilizações durante a terça-feira e que ao longo dessa quarta-feira (8), seguiu com atos, foi no chamado trevo da Volvo em Marmeleiro, em trecho da PR-280.
No local, mesmo com a chuva registrada na tarde de ontem, os manifestantes pediam para os caminhoneiros de outras regiões do país encostarem no pátio do posto de combustíveis, enquanto que para os moradores de Marmeleiro era solicitado que deixassem seus caminhões parados em casa.
Até a tarde de ontem, o tráfego de veículos de passageiros (de grande e pequeno porte), caminhões com alimentos perecíveis, veículos de equipes de segurança (polícias, bombeiros), de atendimento médio (Samu e demais ambulâncias), estavam sendo liberadas para a circulação.
O empresário, Giovani Marafon, um dos coordenadores da mobilização no trevo de Marmeleiro afirma que o grupo vem manifestando contra o Supremo Tribunal Federal (STF), além de pediram o voto impresso.
Na terça-feira, o bloqueio tinha duração de uma hora, com liberação de pista de 20 minutos para quem desejava seguir viagem. Já na nessa quarta, Marafon destacou que bloqueio estava sendo na totalidade para caminhões.
“Sempre tem alguém que não quer ficar, mas está sendo pouco”, disse Marafon, falando em boa adesão dos trabalhadores do transporte de cargas e completando “o pessoal está entendendo a situação.”
Sem prazo para terminar a mobilização, pelo menos até o final da tarde de ontem, o grupo de Marmeleiro sinalizava que seguiria com a mesma prática de reter apenas caminhões. “É indeterminado. Nãos sabemos o que vai acontecer de agora em diante”, disse Marafon a reportagem do Diário do Sudoeste, contudo, no início da noite a coordenação do movimento informou que veículos de passeio passaram a ser retidos temporariamente e liberados a cada 30 minutos.
“Pegos de surpresa”
Parado em posto de combustível às margens de PR-280, o motorista que prefere apenas se identificar como Luiz Fernando, diz ter sido pego de surpresa com o bloqueio em Marmeleiro.
Com o veículo de placas de Santa Rosa (RS), ele tem apenas uma entrega ainda a ser feita no Paraná, em Enéas Marques, e aguardava na tarde de ontem pacientemente a definição da coordenação do movimento.
Luiz Fernando diz apoiar o movimento, principalmente no que se refere “aos preços abusivos, as leis que são impostas aos trabalhadores e a atuação do STF.”
Na balança de prós e contras do caminhoneiro está a saudade do filho. Ele diz que em determinado momento acredita que pegaria um bloqueio, porém, a saudade de casa acompanha o motorista.
Caminhoneiro há mais de quatro décadas, Arnaldo de Brito, esperava chegar em São Paulo nesta quinta-feira (9). Após ter carregado em Buenos Aires, Argentina, ele enfrentou a fila aduaneira em Dionísio Cerqueria (SC) deste a sexta-feira (3), sendo liberado somente no início da tarde de ontem. “Fui pego de surpresa aqui [Marmeleiro], porque não sabia que estava com bloqueio”, diz ele afirmando que o monitoramento que vinha sendo realizado pela empresa não apontava bloqueio de rodovia no Sudoeste.
Brito afirma que “em certo ponto temos que dar um apoio, porque a situação não está fácil, e como a situação não está fácil, se é só através de greve que soluciona o problema, não é porque eles são do agronegócio e nós motoristas que não vamos estar juntos. Temos que nos ajudar”, pontua o motorista completando que nos 45 anos de trabalho na estrada, este é o prior momento para os profissionais do transporte, ao que ele elenca a alta dos combustíveis, o elevado custo de vida. “É a situação mais difícil que tenho encontrado até agora”, conclui.
Outros pontos de mobilização
No final da tarde de ontem, o departamento de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sediado no Paraná, afirmou que “a PRF acompanhou e monitorou alguns pontos de manifestação nesta quarta-feira. Temos concentração de caminhoneiros em vários pontos do Estado, mas nenhuma rodovia interditada.”
Na tarde de quarta, a Rádio Vicente Palotti de Coronel Vivida informou que nesta quinta deve haver uma paralisação às margens da BR-373. Segundo o grupo que se reuniu em Coronel Vivida, o bloqueio inicia as 8h, na altura do posto Carretão.
Caminhões serão parados por duas horas, com uma hora de liberação de pista. De acordo com o caminhoneiro ouvido pela rádio, a mobilização deve seguir estes moldes por 72 horas, e em seguida veículos com exceção de saúde, todos serão impedidos de trafegar pela via, o que inclui ainda, cargas vivas, alimentos perecíveis e trânsito de passageiros.
Segundo o comando da 6ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), no Sudoeste além do ponto de bloqueio em Marmeleiro, as manifestações seguem no trevo de Realeza, onde também vem ocorrendo intervenções no sistema pare e siga com tempo controlado.
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