Entre as bandeiras das manifestações estão o pedido de impeachment de Bolsonaro, extensão do auxílio emergencial de R$ 600, vacinação em massa contra a covid-19 e críticas à política ambiental da administração atual.
A aposta, embora pregue o “protesto seguro”, divide a oposição ao presidente da República. Nem todos os movimentos contra Bolsonaro embarcaram na ideia, que pode gerar grandes aglomerações pelo País, na direção oposta do que orienta a ciência no enfrentamento ao novo coronavírus. Por outro lado, para este sábado, o PT aderiu oficialmente às manifestações, o que deve resultar em atos de caráter mais partidário e pró-Lula. O PSol também tem reforçado nas redes o apelo pela ida às ruas.
A deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) pediu, no Twitter, respeito aos protocolos sanitários contra a covid-19 durante a manifestação. “E não esqueçam da máscara, álcool em gel e de respeitar o distanciamento social”, disse.
As manifestações devem atrair o dobro do número de participantes registrado no último dia 29 de maio, quando 500 mil pessoas foram às ruas para pedir o impeachment de Bolsonaro e mais vacinas contra a covid-19. Esta é a estimativa de um dos organizadores do movimento, o consultor em Saúde Pública e Meio Ambiente Roberto Ferdinand, que é integrante da coordenação nacional e internacional da Marcha Mundial do Clima.
“Talvez o medo do coronavírus coíba a ida das pessoas, mas é só por causa disso, pois a grande maioria da sociedade já está contra Bolsonaro”, disse Ferdinand. “Podemos chegar a 1 milhão de pessoas, mesmo com o receio da covid-19. Estamos orientando uso de máscara triplo com filtro ou N95, distanciamento e que cada um leve seu álcool gel individual”.
Ferdinand afirma que a “Campanha Fora, Bolsonaro” vai mobilizar pessoas de pelo menos 320 cidades do Brasil, além de vários outros pontos no exterior. Também em Brasília, a expectativa é dobrar o número do público. No último protesto, mais de 2 mil carros e 30 mil pessoas compareceram aos atos contra Bolsonaro na capital federal. Agora pela manhã, os manifestantes vão sair da Praça do Buriti, sede do governo local, aguardar uma concentração maior no Museu Nacional e depois seguir pela Esplanada dos Ministérios. Mais ou menos 200 movimentos sociais integram o protesto, segundo Ferdinand, incluindo, além da Marcha Mundial do Clima, a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Frente pela Vida, oito centrais sindicais e igrejas, tanto católica quanto algumas denominações evangélicas.
“Vamos para a rua gritar ‘Fora, Bolsonaro’, ‘Comida no Prato e Vacina no Braço’, ‘Tire o presidente, mas não tire a máscara’ e, muito importante, pelo fim da destruição ambiental e dos povos indígenas”, disse o consultor. “Assim como Bolsonaro faz na pandemia, com declarações contra a máscara, ele faz no meio ambiente. O discurso dele destrói. Não conseguiu mudar a lei, mas no discurso destrói o meio ambiente, porque passa a ideia de que isso não é importante e incentiva desmatadores. Acusamos Bolsonaro de ser genocida e ecocida”.
Assim como no último dia 29, protestos contra o presidente também estão programados para ocorrer no exterior. Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes já se reuniram. Segundo informou a agência de notícias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles pediram mais vacinas e o impeachment de Bolsonaro, além de denunciarem a violência contra os povos indígenas.
Durante o ato em Berlim, cruzes no chão lembraram os quase 500 mil mortos pela covid-19 no Brasil. As vítimas do massacre do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, também foram lembradas.
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