Em São Paulo, por volta das 15h, manifestantes fechavam a Avenida Paulista, no sentido Consolação. O vão livre do Museu de Artes de São Paulo (MASP) foi protegido por grades, o que provocava pequenas aglomerações ao redor do carro de som estacionado em frente ao MASP.
A maior parte dos manifestantes usava máscara e tentava atender às recomendações para manter o distanciamento. Uma barraca foi montada na Avenida Paulista para doação de máscaras e distribuição de cartilhas informativas com recomendações para mitigar o risco de transmissão do coronavírus.
O protesto ganhou adesão de novos grupos em relação ao último ato, como o PT e a Central Única de Trabalhadores (CUT), que passaram a atuar de maneira explícita na mobilização. Embora tenha apoio de diversos movimentos, de frentes suprapartidárias a grupos de defesa de direitos LGBTQI+, um grupo exibia mensagens em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “volta Lula”. Líder em pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial em 2022, o petista cogitou participar pessoalmente do protesto em São Paulo, mas foi desaconselhado por aliados com receio de provocar mais aglomerações e dar caráter eleitoral às manifestações.
Um grupo de ciclistas se juntou ao movimento e foi aplaudido ao chegar ao lado do carro de som. “Muito melhor do que a motociata do Bolsonaro é a nossa bicicleciata”, dizia um dos organizadores do protesto, do alto do carro de som. “Não vamos sair da rua enquanto Bolsonaro não sair do poder”, afirmou uma militante, ao microfone, antes de o protesto entoar o grito “Fora Bolsonaro”.
Em Salvador, a militância tomou o centro da cidade em protesto na tarde deste sábado, 19. Os manifestantes voltaram a chamar o presidente de genocida e cobraram “vacina, comida e emprego”. Centrais sindicais e movimentos estudantis formaram a linha de frente do grupo, que deu a volta nas imediações do Largo do Campo Grande, passou pelo Forte de São Pedro – depósito de suprimentos do Exército – e retornou ao largo. A manifestação na capital baiana foi acompanhada pela PM e ocorreu de forma pacífica.
No último dia 29 de maio, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra o presidente em mais de 200 cidades. Apesar de maior atenção às recomendações de segurança, como o uso de máscaras durante todo o percurso, foram registradas aglomerações. Os protestos ocorreram de maneira pacífica, exceto no Recife, onde a repressão policial resultou em duas pessoas cegas parcialmente e outros feridos. O presidente Bolsonaro, na ocasião, minimizou tais atos, chegando a afirmar que faltou “erva e dinheiro” para os presentes. No sábado passado, Bolsonaro participou em São Paulo de uma motociata em defesa de seu governo.
Comentários estão fechados.