Saindo do tradicional pinheiro da rua Tocantins, situado no bairro São Francisco, manifestantes a favor do governo Bolsonaro iniciaram uma carreata por Pato Branco.
Com início logo no começo da tarde desta terça — 7 de Setembro — os apoiadores percorreram algumas das principais ruas da cidade até o 3º Batalhão da Polícia Militar (BPM). No local, a carreata foi encerrada com uma oração e com o canto do Hino Nacional. No ato, em frente a corporação, apenas uma parcela pequena dos manifestantes participou.
Mauro Mattia, membro do grupo de apoiadores, explicou que a carreata em Pato Branco foi um ato conjunto às manifestações em todo país. “Nós fazemos parte de um mar verde e amarelo que está clamando pela defesa da nossa constituição brasileira. Pelo verdadeiro estado de direito de se comunicar e expressar sua opinião”, disse.
Pelo que estão protestando?
De acordo com o médico anestesista, que liderou o movimento no município, os manifestantes são contrários a alguns membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediram pela volta do voto impresso — extinto no Brasil desde 1996, quando as urnas eletrônicas passaram a ser utilizadas em todo território brasileiro, e que, recentemente, teve a proposta de retorno, reprovada pela Câmara Federal por 229 votos favoráveis e 219 contrários. No entanto, eram necessários 308 votos favoráveis para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“Na questão da eleição, nós não confiamos nesse sistema de urnas lacradas, não auditáveis pelo povo. Com relação ao STF, temos visto ministros descumprirem a constituição. […] Não somos contra o STF, mas queremos um STF que faça realmente o que eles são pagos para fazer”, explicou.
Abaixo, entrevista completa com Mauro Mattia:
Carreata
A reportagem do Diário acompanhou a manifestação pró-Bolsonaro. Já na concentração da carreata — na região próxima ao pinheiro da Tocantins — era nítida a presença de empresários e população em geral, de classe média ou alta.
A maior parte dos veículos que circularam pelo percurso eram camionetes e outros modelos de carros atuais. Também aderiram a manifestação, motoqueiros — boa parte com motos antigas, de colecionadores —, caminhoneiros e uma quantia considerável de agricultores, que transitaram pelas ruas do município com seus tratores. Esses, ocuparam todo o acostamento da via que dá acesso à construção do futuro shopping.
Ainda conforme constatou a reportagem, boa parte dos manifestantes não utilizava cintos de segurança, máscaras e também, em algumas situações, percorreram a carreata em cima dos veículos, nas caçambas — situação considerada como infração gravíssima pelo Código de Trânsito Brasileiro, passível de multa e apreensão do veículo.
Toda a carreata pró-Bolsonaro foi acompanhada por uma equipe de polícias militares.
Parcela de manifestantes pró-Bolsonaro em Pato Branco:
Atos contrários
Manifestações contrárias ao presidente Jair Bolsonaro ocorreram, isoladamente, nos bairros de Pato Branco, em atos que no Brasil foram chamados de ‘Grito dos Excluídos’. Protesto maior está previsto para domingo (12).
De acordo com Samuel Staczewski Santos, presidente do diretório do PT em Pato Branco, os contrários ao atual governo optaram por fazer o protesto em outra data por conta da grande quantidade de apoiadores de Bolsonaro no município. “Os companheiros ficaram com medo de ser agredidos nesse processo de violações de direitos e de tentativas de rupturas democráticas”, disse.