“Esse resultado mostra que o desmatamento deixou de ser apenas um ponto de atenção para se tornar um balizador de decisões de negócio dentro de uma importante fatia do setor agroindustrial e florestal no Brasil”, disse a líder da Força-Tarefa Dados de Desmatamento da Coalizão Brasil, Paula Bernasconi.
O mapeamento foi feito com representantes de 60 diferentes organizações que lidam diretamente com o tema no setor privado, entre corporações agroindustriais e florestais, consultorias especializadas que atendem empresas desses setores, instituições financeiras, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e não governamentais, de acordo com a Coalizão. O movimento é formado por mais de 280 representantes do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia.
A pesquisa revelou também que a maior consulta dos dados de desmatamento é feita para implantação de novos negócios ou operações (64%), monitoramento de fornecedores (36%), monitoramento das áreas produtivas de propriedade da empresa (25%), avaliação de risco de crédito (23%) e monitoramento da carteira de crédito (20%). “Foram mencionados também o uso para estimar emissões de gases de efeito estufa, analisar riscos regionais de desmatamento, construir argumentos de comunicação e posicionamentos institucionais e elaborar cenários de expansão da soja e da pecuária”, afirmou a Coalizão, em nota.
Um a cada quatro executivos (24%) que responderam o levantamento afirmou que utiliza os dados sobre desmatamento diariamente e outros 25% disseram que recorrem mensalmente aos dados, conforme dados da Coalizão. Sobre as fontes de dados, 58% dos participantes disseram que utilizam informações de órgãos oficiais como as produzidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O levantamento também abordou as dificuldades encontradas pelas empresas no uso desses dados. As mais citadas pelos executivos foram: a ausência de informações para verificar a legalidade do desmatamento; a dificuldade do cruzamento de dados de desmatamento com outras informações, como dados de atividades produtivas específicas ou de financiamento bancário; e o desafio de obter informações sobre o ocupante (CPF/CNPJ) das áreas com desmatamento.
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