“O Governo Federal investiu 56 milhões de reais nas obras do Museu da Língua Portuguesa para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução. Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal”, escreveu Frias na sexta-feira, 23.
A nova forma neutra de gênero gramatical, sem definição de gênero (masculino e feminino), que busca a inclusão de pessoas não-binárias, dividiu opiniões e recebeu críticas desde que a postagem foi feita, em 12 de julho, ganhando mais repercussão nas redes sociais dias depois. Nela, a instituição fala sobre sua reabertura como um “espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma”.
Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 23, o museu chegou a se posicionar sobre o tema: “Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade”.
O Estadão entrou em contato com a assessoria do Museu da Língua Portuguesa, da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado de São Paulo a respeito das declarações de Mario Frias, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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