O técnico Marquinhos Xavier ressaltou a importância de dar sequência à evolução do trabalho. Neste domingo, às 10 horas (de Brasília), em Vilnius, o Brasil encara o Marrocos pela fase de quartas de final – campanha superior a do Mundial de 2016, na Colômbia, quando caiu nas oitavas de final, na disputa de pênaltis, para o Irã.
“O Brasil vai jogar sempre se valendo muito desse potencial individual, da tática individual, do que o jogador que está em ação está enxergando. A gente tem que antecipar muitas das coisas que acontecem. Agora, claro que para você prever, você precisa de uma estrutura e é isso que a gente tem trabalhado incansavelmente aqui dentro. O Brasil fez vários gols coletivos, alguém vai colocar a bola para dentro, vai fazer a ação final. Mas o trabalho coletivo vem sendo feito e é preciso dar continuidade a tudo isso. Então, a gente fica feliz que os gols aconteceram, que a nossa defesa se comportou bem. Nós jogamos contra uma equipe extremamente organizada e quando você joga contra uma equipe organizada você também tem que ter a sabedoria e a humildade de reconhecer que você vai passar por problemas no jogo. O Brasil entendeu tudo isso e avança para as quartas de final”, afirmou.
Fora das quatro linhas, a seleção brasileira vive um momento de reestruturação e disputa o Mundial pela primeira vez sob a direção da CBF. No comando da equipe desde 2017, o treinador também falou sobre as lições que aprendeu ao longo do caminho.
“O Japão mesmo sendo uma seleção que ainda não teve uma conquista mundial se encontra regularmente, roda muito pouco seus 20 jogadores, num plantel de um país que poucas surpresas acontecem. A nossa dificuldade sempre é pegar os nossos atletas e organizá-los dentro de uma estrutura. Então, não era só uma luta contra uma seleção japonesa, tinha uma luta também contra uma escola. É importante que o Brasil marque o seu terreno, diga ao mundo que a nossa escola não depende única e exclusivamente do talento individual, que é possível sim fazer um trabalho coletivo, é possível sim se organizar e se estruturar. A gente tem recebido muitas lições. Sem organização, sem estrutura, sem trabalho, nós vamos sofrer muito. Então, nós estamos tentando quebrar esses tabus”, disse Marquinhos Xavier, que também relembrou a dura derrota na última edição do Mundial.
“Passar essa fase também era uma questão emocional porque o nosso país sofreu muito em 2016. A gente está aqui também representando aqueles que sofreram em 2016 e que foram responsabilizados pela eliminação e que pouco tinham responsabilidade sobre aquilo, estavam ali defendendo o seu país, deram o melhor, mas às vezes a gente paga ali dentro o preço pelo que acontece fora da quadra. Tudo isso estava na nossa mente por isso que é muito mais desgastante, que a pressão é muito maior e também a satisfação de avançar é proporcional a tudo que a gente tem passado”, encerrou.
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