No Brasil, apenas 1% da população utiliza lentes de contato. Em países da Europa e nos Estados Unidos, o número ultrapassa 10%.
Dados da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (SOBLEC) indicam que apenas 1% dos brasileiros são usuários de lentes de contato. A porcentagem é baixa quando comparamos com Europa e Estados Unidos, por exemplo, onde o índice de usuários chega a 10% e 12%, respectivamente. Especialistas apontam um dos principais motivos para essa diferença: os hábitos de grande parte dos brasileiros que utiliza o produto. Tomar banho usando as lentes de contato, não fazer a higienização correta – no caso de lentes de descarte mensal –, e não lavar as mãos na hora de manuseá-las são apenas alguns exemplos de comportamentos inadequados que podem prejudicar a adaptação dos usuários.
“No Brasil, quase não existem pesquisas sobre os hábitos dos brasileiros que usam lentes de contato, mas um levantamento da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, divulgado em 1999, mostrava que já naquela ocasião 69% dos usuários procediam incorretamente quanto ao tempo de uso e substituição das lentes.
De lá para cá, não mudou muita coisa. O que observamos é que grande parte das pessoas que usa o produto continua mantendo hábitos que não são adequados”, analisa Gerson Cespi, diretor-geral da CooperVision Brasil.
A oftalmologista Samantha de Albuquerque ressalta que um outro hábito negativo é usar as lentes sem que haja uma indicação médica. “Existem pessoas que compram as lentes de contato sem consultar o oftalmologista. Isso representa um risco muito grande, pois o paciente não sabe se está apto, do ponto de vista de saúde ocular, para o uso. Existem diversos tipos de lentes, com diferentes tamanhos e curvas, e o médico é quem poderá indicar o tipo adequado para cada paciente, além de fazer as avaliações e testes necessários para a adaptação do usuário e orientá-lo sobre o uso e descarte adequados. Por isso, o primeiro passo sempre é consultar um profissional e conversar a respeito dessa possibilidade.”, explica a médica.
Para Cespi, é primordial que as empresas do setor invistam em campanhas de conscientização sobre o uso correto do produto. “Deixar de seguir os cuidados recomendados pelo oftalmologista e indicados na embalagem das lentes de contato pode levar o usuário a desistir. Insistir no uso de uma lente inadequada também pode trazer uma série de complicações. Estimamos que a quantidade de pessoas que começa a usar lentes de contato é praticamente a mesma das pessoas que deixam de utilizar no mesmo ano. As lentes proporcionam diversos benefícios: trazem mais praticidade no dia a dia, facilitam a vida de pessoas que praticam esportes e para alguns é inclusive um fator de melhora de autoestima. Estamos trabalhando muito para levar essas informações e conscientizar nossos clientes”, destaca o diretor-geral. (Assessoria)
Segundo a oftalmologista Samantha de Albuquerque, as principais indicações para o uso correto das lentes de contato são:
- Lavar muito bem as mãos com água e sabão (de preferência antibacteriano) e secá-las antes de tocar nas lentes
- Tirar as lentes na hora de dormir (a não ser que haja indicação médica para uso noturno, no caso de lentes para tratamentos específicos)
- Não utilizar as lentes por mais horas do que o recomendado pelo oftalmologista e fabricante
- Respeitar o tempo de descarte das lentes (existem lentes de descarte diário, quinzenal, mensal e anual)
- Armazenar as lentes de forma correta, em solução adequada para lentes de contato e em um estojo apropriado e devidamente higienizado.