Maximiano admitiu conhecer Ricardo Barros e ter interesse na emenda, mas negou influência no processo legislativo. “Por óbvio, tornava a Covaxin elegível, também como outras autoridades, mas não houve absolutamente nenhum contato com o deputado Ricardo Barros e tampouco com outro para fazer essa inclusão”, afirmou.
Barros foi autor, em fevereiro, de emenda na Câmara que viabilizou a importação da Covaxin por meio da inclusão da Central Drugs Standard Control Organization (CDSCO), da Índia, na lista de agências reconhecidas pela Anvisa para permitir a autorização de importação e distribuição de vacinas de outros países. A CDSCO deu aval à Covaxin. No Brasil, a Anvisa chegou a ceder uma autorização prévia para importar o imunizante, mas cancelou a licença em meio às suspeitas. Ao depor na CPI, o deputado negou que a emenda tivesse relação com o caso.
O dono da Precisa ficou em silêncio na maioria das perguntas feitas pelo relator da investigação, Renan Calheiros (MDB-AL). Uma das perguntas não respondidas foi sobre o padrão de vida em relação aos seus rendimentos. Ele levou à Índia uma comitiva de empresários com os quais sua rede de empresas fez transações milionárias consideradas suspeitas. A CPI apura se alguma dessas movimentações financeiras serviram para lavagem de dinheiro.
Maximiano negou relação entre a Precisa e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar, porém, levou Maximiano para uma reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em 13 de outubro. Flávio Bolsonaro negou que o encontro tenha relação com a Covaxin, versão repetida pelo empresário durante o depoimento.
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