O incidente ocorreu quando, em uma reunião no dia 6 de abril, em Ancara, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, não forneceu uma cadeira para Ursula, apenas ao chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, também presente nas negociações.
Michel correu para a única cadeira colocada ao lado de Erdogan e das bandeiras da União Europeia (UE) e da Turquia, relegando a visivelmente chateada Ursula, que foi se sentar em um sofá mais distante.
“Eu sou a primeira mulher a presidir a Comissão Europeia. Sou a presidente da Comissão Europeia”, afirmou ela antes de um debate parlamentar sobre as relações entre a UE e a Turquia. “E é assim que esperava ser tratada quando visitei a Turquia há duas semanas, como presidente da Comissão, mas não fui. Não consigo encontrar nenhuma justificativa para o tratamento que recebi nos tratados europeus”, acrescentou. “Portanto, tenho que concluir que isso aconteceu porque eu sou uma mulher”, disse.
Imediatamente após a reunião de Ancara no início deste mês, quando as imagens do incidente vieram à tona, algumas autoridades europeias enfatizaram que Michel é seu superior na hierarquia diplomática. No entanto, Ursula ressaltou que espera ser tratada da mesma forma que seu colega chefe da UE.
Antes da plenária do Parlamento Europeu, Michel reiterou o seu pedido público de desculpas por não reagir à presença de apenas duas cadeiras numa reunião de três pessoas na Turquia e afirmou que as equipes de protocolo não tiveram acesso prévio à sala de reuniões.
Embora tenha reconhecido as críticas, o belga justificou a sua inércia dizendo que, no momento, pensou que não reagir “evitaria a criação de um incidente político mais grave que poria em risco meses de trabalho político e diplomático que as nossas equipes têm feito” nas relações entre Ancara e Bruxelas.
“Von der Leyen e eu mesmo nos comprometemos a garantir que esta situação não se repita no futuro e demos instruções nesta linha às nossas equipes diplomáticas e protocolares”, disse Michel.
A Turquia foi criticada por se retirar da Convenção de Istambul para interromper a violência contra as mulheres, mas, como Ursula von der Leyen lembrou, vários membros da UE ainda não ratificaram o tratado. (Com agências internacionais).
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