“É um calote técnico, o credor tem uma dívida a receber do governo federal e o governo aprova algo no Congresso e não paga a dívida no tempo definido e sacramentado pela Justiça, configura-se um calote técnico da mesma maneira que mudanças da legislação podem ser chamadas de pedaladas para evitar uma furada jurídica do teto”, disse Meirelles.
Para o secretário, a principal vantagem do teto de gastos era fazer com que o governo precisasse eleger prioridades no Orçamento.
Meirelles afirmou que, para abrir espaço para novas despesas discricionárias como gastos com programas sociais ou investimentos, seria necessário aprovar uma reforma administrativa séria que reduzisse o custo de financiamento da máquina pública. “Não adianta dizer que está muito grande o precatório. Está bom, então, deixa de gastar em outras coisas, é uma despesa como outra qualquer. Começa-se a falar em termos que são sofismos: eu não dou um calote no mercado financeiro, mas dou calote em outro tipo de credor, e isso é diferente”, comentou.
Segundo Meirelles, o Estado de São Paulo está pagando integralmente os precatórios e abriu espaço no Orçamento por meio de uma reforma administrativa “séria”.
Meirelles participou de painel no evento Finanças Mais, organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e Austin Rating, na manhã desta sexta-feira. O também ex-presidente do BC e atual presidente do conselho de administração do Credit Suisse no Brasil, Ilan Goldfajn, também participou do evento.
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