A menopausa é caracterizada pela ausência da menstruação durante doze meses consecutivos, que geralmente ocorre entre os 44 e 54 anos. Até o fim definitivo do ciclo, as mulheres podem perceber algumas alterações físicas e emocionais, este período de transição é chamado de climatério.
Nesta fase, as mudanças começam a aparecer e muitas mulheres não conseguem identificar a causa. Grande parte delas confundem com uma TPM mais acentuada, estresse ou até mesmo com a ansiedade. “As mulheres demoram a lembrar da menopausa porque, normalmente, esperam pelo início dos calorões, o que é um equívoco, já que nem todas as mulheres vão apresentar este sintoma e, raramente, ele será o primeiro sinal a se manifestar”, afirma a Dra. Natacha Machado, ginecologista.
Segundo a Plenapausa, primeira femtech do Brasil que traz informação, soluções e acolhimento durante a menopausa, que avaliou cerca de 2.600 mulheres pela plataforma até o final de março, 79% delas tiveram perda da libido e 89% sentiram uma redução em sua energia para as atividades do dia a dia.
Apesar de estarem no topo das queixas das mulheres, os incômodos não ficam apenas no cansaço, calores e na diminuição do desejo sexual. “Os sintomas da menopausa incluem falta de memória, insônia, suor noturno, dor de cabeça, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, problemas de pele, dor nas articulações, aumento nos riscos de problemas cardiovasculares e osteoporose, cansaço, ressecamento vaginal, coceiras e vaginites, prisão de ventre, aumento de peso, aumento dos níveis de colesterol ruim, ganho de gordura abdominal, ansiedade e depressão”, diz a médica.
A ginecologista também alerta que a intensidade destes sinais pode variar de mulher para mulher e os hábitos adquiridos ao longo dos anos, pode ser um ponto decisivo para se ter mais qualidade de vida nesta fase. “Os hábitos podem influenciar diretamente na intensidade dos sintomas da menopausa. Mulheres que entram no climatério já com problemas de saúde vão sofrer mais, porque o desequilíbrio hormonal potencializa os sintomas”, afirma.
As manifestações da menopausa não se limitam apenas à saúde física, existem fatores emocionais que estão diretamente relacionados a este momento da vida da mulher. De acordo com os dados da Plenapausa, cerca de 81% das mulheres relataram que se sentem ansiosas ou deprimidas e 87% delas afirmaram sofrer com alterações de humor.
Para a psicanalista Márcia Cunha, fundadora da plataforma, da mesma maneira com que tratamos os sintomas físicos também é necessário cuidar do emocional das mulheres. “Assim como cuidados dos sintomas físicos, dores e incômodos, é necessário cuidar da saúde mental e emocional nesta fase. Além dos sinais relatados, percebemos também a solidão das mulheres que estão passando por este período. O assunto não é conversado em casa e, muitas vezes, não é falado nem entre amigas. Isso gera uma falta de informação e a mulher se sente sozinha. Pensando nisso, nós criamos o Prosas&Pausas, uma roda de conversa semanal, para que as mulheres troquem experiências e tirem dúvidas com especialistas”, explica Márcia.
Para o tratamento dos incômodos da menopausa, muitas mulheres utilizam a terapia hormonal. Segundo Natacha, o ideal é dar preferência pelos hormônios bioidênticos, que são mais naturais e manipulados em doses individualizadas. Existem também os hormônios sintéticos, comprados em farmácias em dose comercial padrão.
Caso não possa ou não queira seguir nesta linha de tratamento, o uso de fitoterápicos também é uma opção para o alívio dos sintomas.
“Independentemente da escolha, o tratamento deve ser prescrito e acompanhado por um médico. Nos casos em que a mulher não puder, eventualmente, fazer uso de hormônios, há alternativas que incluem fitoterápicos que ajudam a atenuar os sintomas do climatério. Além disso, é fundamental priorizar a qualidade de vida. Atividade física diária, incluindo exercícios de fortalecimento muscular e alimentação equilibrada e saudável”, conclui.