A pesquisa é feita pela Nielsen para a Câmara Brasileira do Livro e para o Sindicato Nacional de Editores de Livros e, nesta série histórica, ela analisa o desempenho real do mercado, ou seja, descontando a inflação do período.
Os setores de Didáticos e CTP (Científico, Técnico e Profissional) foram os mais afetados. O crescimento do uso de sistemas de ensino, a migração de alunos de escolas particulares para escolas públicas, a diminuição do número de estudantes no ensino superior e o uso de material digital por universidades são alguns dos fatores que prejudicaram os dois segmentos.
Editoras que produzem obras CTP perderam 47% de seu faturamento entre 2006 e 2020 nas vendas para o mercado – o governo não é grande comprador desse tipo de obra. Se concentrarmos as perdas de 2014, quando a crise se agravou, para cá, a queda é de 55%.
Já as de didáticos acumulam perdas de 35% de 2006 até o ano passado, também em vendas para o mercado. É o patamar mais baixo da série histórica.
Queda também em obras gerais, termo que engloba tudo o que não é didático, CTP ou livro religioso. Embora o setor tenha tido um bom desempenho no ano passado, registrando queda de 1% quando todos os outros tiveram um tombo maior e o PIB caiu 4,1%, e sugerindo que o brasileiro tenha preferido ler ficção e não ficção na pandemia, no acumulado a história é outra. Nesses últimos 15 anos, houve uma redução de 37% em faturamento na venda para o mercado. Colocando o governo na conta, a queda é de 42%.
O subsetor de livros religiosos, o que teve o pior desempenho durante a pandemia, principalmente porque é bastante dependente da venda porta a porta, também atingiu seu pior patamar agora, nesta série histórica, com perdas de 16% no faturamento com vendas para o mercado.
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