Maio tem sido um mês cheio de acontecimentos e tem motivado reflexão.
No dia 1 comemoramos o Dia do Trabalho e refletimos sobre a importância e a dignidade da vida por termos um trabalho remunerado, assim como a nossa contribuição com o mundo em desenvolvimento.
Os católicos foram agraciados com um novo Papa e com ele a esperança de um mundo mais fraterno e cordial.
No segundo domingo de maio reverenciamos as mães pelo dom da vida e partilhamos a agonia e a tristeza de quem perdeu a mãe ou não pode conviver com ela, nos sensibilizamos com as mães que perderam os seus filhos.
Sem compreender os caminhos da existência aprendemos a ser gratos pelo que temos, a acolher os que sofrem e acreditar em dias melhores. Fortalecemos nossa fé e espiritualidade e pedimos proteção e saúde aos nossos.
Neste mês há campanhas nacionais dedicando atenção ao 18 de maio, para o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
É importante lembrar que cada município possui, ou deveria possuir, a sua Rede de Proteção as violências. Os municípios já estruturados investiram na capacitação de profissionais para atuar nesta rede. Há um protocolo de atendimento para ser seguido visando assegurar proteção a vítima e orientações para que os adultos estejam atentos a mudança de comportamento das crianças e adolescentes e possam auxiliá-los.
Onde a Rede de Proteção foi estabelecida os profissionais da educação, assistência social, conselho tutelar, saúde e polícia militar receberam treinamento e tiveram acesso a materiais orientadores. Deve haver atendimento de escuta especializada, reuniões frequentes com a instituição e com a família objetivando encontrar os meios mais adequados para auxiliar na proteção e no desenvolvimento digno da criança ou adolescente, compreender a situação vivenciada, dedicar tempo e atenção, contribuir positivamente com o processo.
Proteger crianças e adolescentes é mais do que realizar uma denúncia no disque 100 quando forem vítimas de violência física ou sexual. É compreender que eles estão em desenvolvimento e que precisam de orientação e cuidado. Por vezes a família não sabe como agir, tem pouco conhecimento e compreensão das reais necessidades da criança. Cabe aos adultos assumir a função de “aldeia educadora” e fazer o que precisa ser feito.
Existem políticas públicas assegurando esses direitos e os adultos tem a função de acolher diante do choro, estar à disposição para conversar e ouvir sem julgar, atender com jeito, observar com delicadeza e sensibilidade, pois há muita dificuldade e sofrimento na vida desses pequenos. Isso também é um ato de proteção e combate aos inúmeros abusos sofridos, pois cada família possui realidades distintas.
Proteger crianças e adolescentes é não expor suas imagens nas redes sociais. Infelizmente há profissionais desconhecendo ou ignorando a Lei Geral de Proteção de Dados e publicando ou compartilhando fotos e vídeos, seja para exibir seu trabalho/apresentações seja na tentativa de “conscientizar” sobre a importância de algum tema.
Todos os profissionais que atuam com crianças e adolescentes devem conhecer os protocolos de segurança e serem orientados quanto a LGPD, para que saibam agir de modo adequado em cada situação. É fundamental estarem atentos a responsabilidade que cada ato insensato pode causar.
Quando o tema é proteção e cuidado e o mês de maio nos traz essa revisão de perspectivas nos chamando a atenção para a nossa contribuição com o mundo melhor ao qual tanto almejamos, isso remete olhar para dentro do nosso lar, no círculo de amigos, no trabalho, em todos os espaços onde existam pessoas em desenvolvimento.
Ainda no mês de maio relembramos Nossa Senhora de Fátima, um símbolo de esperança, que transmitiu mensagens de paz e de fé, sendo invocada especialmente diante das dificuldades da vida. Ela falou com crianças, deu atenção, isso representa apreço, cuidado, importância.
No dia 20 de maio, reconhecemos a importância do trabalho do pedagogo, um profissional que hoje atua em diferentes segmentos e contribui com o processo de aprendizagem dos estudantes.
Educar, cuidar, ensinar e proteger são ações que caminham juntas. Que ao olhar para cada criança/adolescente pensemos “e se fosse o meu filho?”, algumas atitudes podem salvar vidas.
Há adultos preocupados por terem feito uma denúncia e com medo do agressor, mas e a criança? Ela pode continuar sendo agredida, violada e até morta por pessoas maldosas?
Cuidar e proteger nossa espécie é missão individual. Num mês que tanto nos proporciona refletir sobre a vida, o trabalho, a fé, a fraternidade, é importante pensar que crianças e adolescentes têm direito a crescer com dignidade e respeito. Sendo protegidos aprenderão responsabilidade e cuidado e isto resultará numa sociedade mais compassiva.
Apuremos o olhar, sensibilizemos o coração e dediquemos atenção ao que temos de mais precioso, nossos filhos, as crianças e adolescentes da nossa aldeia.
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