No Brasil, mais de 12% dos nascimentos no país são considerados prematuros, chegando a 340 mil bebês por ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. Este índice é considerado o dobro dos registrados nos países europeus.
A preocupação com este quadro levou ao desenvolvimento de um importante programa de cuidados, chamado de método Canguru, que tem como base o atendimento humanizado e o estímulo do aleitamento materno para reduzir mortalidade e sequelas decorrentes dos agravos do período de internação.
Como a prática do método ajuda a garantir a sobrevida dos bebês prematuros, o preparo e qualificação dos profissionais é uma preocupação das autoridades governamentais, tanto que nesta semana, um treinamento está sendo desenvolvido com profissionais da Saúde que atuam em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).
Em Pato Branco, o atendimento de UTI Neonatal é realizado pelo Instituto de Saúde São Lucas – Issal e três das profissionais estão participando da capacitação promovida pelo Sesa.
“Essa capacitação é de grande importância porque adquirimos novos conhecimentos, troca de experiências com demais profissionais, podendo assim melhorar a implementação e obtendo melhores resultados graças a iniciativa do Sesa de proporcionar a oportunidade”, destacou a enfermeira, da UTI Neonatal do Issal, Cassia Natieli Elsner.
PREMATUROS EM PATO BRANCO
Segundo o Ministério da Saúde, “o problema da prematuridade atinge 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo: 1 em cada 10 bebês nasce prematuro. E esse número continua aumentando, apesar do número total de nascimentos estar diminuindo gradativamente. Isso significa que há um aumento significativo de recém-nascidos vulneráveis a cada ano, bem como o número dos chamados “ex-prematuros” é cada vez maior”.
São considerados bebês prematuros aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação, cuja duração completa é entre 37 e 42 semanas, ou 9 meses. “Quanto mais prematuro for o bebê, mais imaturos serão os seus órgãos e maior será o risco de complicações, especialmente aqueles nascidos antes de 34 semanas de gestação”.
O método canguru estimula a participação dos pais e da família nos cuidados neonatais, uma vez que ela tem como uma das ações o contato pele a pele, que começa de forma precoce e crescente, desde o toque, evoluindo até a posição canguru.
A enfermeira Cassia explica que na UTI Neonatal do Issal esta prática é realizada diariamente e a estimativa é de que, em média, cerca de 20 crianças são atendidas por mês, variando do tempo de internação e da rotatividade dos pacientes. “Os resultados obtidos são satisfatórios, sendo todos os bebês beneficiados, porque o método auxilia no vínculo com os pais, ganho de peso, diminuição no tempo de interação e na melhora do quadro clínico”, explicou.
TREINAMENTO
Ao todo são três dias de capacitação, iniciada na segunda-feira (8) e com encerramento nesta quarta-feira (10). O treinamento “Sensibilização da Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso” (Método Canguru) está sendo realizado pela Secretaria Estadual Saúde (Sesa) com o apoio do Complexo Hospitalar de Clínicas de Curitiba.
“A assistência perinatal necessita desse olhar diferenciado. Qualificar cada vez mais os profissionais que atuam nessa área específica resulta em um melhor atendimento tanto aos bebês quanto às mães. Os profissionais precisam ter a sensibilidade nesse momento, ajudar na rotina da UTIN”, ressalta o secretário da Saúde, Beto Preto.
Segundo informações do Sesa, entre os assuntos abordados estão a prática de cuidados sobre o aleitamento materno, o banho, a pesagem, o relacionamento da família com a equipe de saúde, a redução do risco de infecção hospitalar e do estresse do bebê, os benefícios do contato pele a pele, entre outros, que favorecem o vínculo entre o bebê e familiares.
O treinamento está acontecendo no auditório da 2ª Regional de Saúde, em Curitiba.
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