Soja e abate de frango de corte sãos os produtos que mais movimentam as propriedades na área do núcleo da Seab
Marcilei Rossi com Assessoria
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do núcleo de Pato Branco da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, ultrapassou em 2020 a R$ 6 bilhões. Os dados divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) nessa sexta-feira (23) ainda são preliminares, e devem ser revistos até a publicação final, prevista para setembro.
Os dados são levantados ao longo do ano com pesquisas semanais de preços e das condições de lavoura, culminando com esse levantamento mais específico de itens diversificados da fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos animais e vegetais que refletem o setor rural do Estado.
Entre os 15 municípios que compreendem o núcleo, Chopinzinho é o que registrou o maior VBP. Em 2020, o município teve uma movimentação superior a R$ 764 milhões, somado todos os produtos agrícolas.
Com a avicultura bastante consolidada no município, somada a grandes áreas de lavouras destinadas a produção de grãos, o município registra uma competição salutar entre os dois segmentos do agronegócio. Ainda se destaca, a produção leiteira.
Somente em 2020, a comercialização frango de corte movimentou de forma bruta, mais de R$ 189,5 milhões, enquanto que a soja primeira safra atingiu marcas superiores a R$ 156 milhões e o leite mais de R$ 90,6 milhões.
Assim como Chopinzinho, outros três municípios, — Itapejara D’Oeste, Saudade do Iguaçu e Sulina —, têm no abate de frango o produto com maior VBP.
Pato Branco que aparece na área de atuação do núcleo, como o segundo maior valor de produção bruta, movimentou no ano passado R$ 727.236.811,22. Deste total, somente a produção e pintinhos com menos de uma semana de vida, movimentou quase R$ 177 milhões.
Da mesma forma que Chopinzinho, Pato Branco tem na soja primeira safra seu segundo maior produto ligado ao agronegócio. A oleaginosa movimentou no ano passado cerca de R$ 163,8 milhões no município.
Soja
A soja segue sendo a maior fonte de renda agropecuária em dez municípios da área do núcleo Seab de Pato Branco, e Mangueirinha, que tem o terceiro maior VBP da microrregião, continua liderando na produção do grão.
Em 2020, o município somou uma movimentação superior a R$ 568 milhões, levando em conta todos os produtos cultivados. Para se ter ideia, a soja sozinha, com VBP de R$ 258,7 milhões, foi responsável pela circulação de pouco menos da metade do total produzido no campo.
No ranking de produção da cultivar aparecem ainda outros dois municípios com grandes extensões de terra.
Clevelândia teve uma circulação superior a R$ 174 milhões somente com soja, enquanto que Palmas superou R$ 172 milhões.
Estado
O Paraná segundo o Deral, viu seu VBP de 2020 ultrapassar a R$ 128,3 bilhões, o que representa um crescimento real de 21% em relação ao valor de 2019. Em termos nominais, o acréscimo é de 31%.
O chefe do Departamento de Economia Rural, Salatiel Turra, afirmou que o VBP mostra, de forma destacada, os produtos que são referências nos municípios paranaenses. “O Estado atingiu a maior marca da história em termos de VBP”, comemorou. O número total foi de R$ 128.350.088.292,14 contra R$ 98.083.037.807,07 em 2019. “Esse número é importante e traz uma representação das potencialidades e diversidades que o Estado tem”, completou Turra.
Trigo
Preliminarmente, o que se observou é que os grãos e as grandes culturas do Estado encabeçaram o crescimento, com variação real de 31%, passando de R$ 38,5 bilhões em 2019 para R$ 54,3 bilhões no ano passado. Nesse segmento, o trigo teve o melhor resultado, com aumento de 87% no VBP, alcançando R$ 3,5 bilhões.
No setor pecuário, a alta real de 21% também foi expressiva, saltando de R$ 48,7 bilhões para R$ 63,7 bilhões. O valor de bezerros apresentou maior crescimento porcentual, com 49% de elevação, firmando-se em R$ 1,5 bilhão. Suínos e bovinos de corte tiveram, ambos, aumento de 29%, enquanto o faturamento do frango de corte subiu 17% em 2020 comparado com 2019.
As frutas também apresentaram índice positivo no Valor Bruto de Produção, com 10% de crescimento real. Nesse segmento, destaque para as tangerinas, que atingiram o índice de 99%, passando de R$ 122,8 milhões para R$ 263,8 milhões. O morango evoluiu 17% e rendeu R$ 259,8 milhões.