“Esse jogo do Galo era um evento-teste, conforme acordado com o Mineirão e com a diretoria do Atlético. E não passou no teste. As cenas que vi ontem me deixaram horrorizado. Eu não tenho nenhum receio de voltar atrás e fechar tudo de novo”, disse Kalil, referindo-se à aglomeração na entrada e saída do torcedor mineiro.
A administração do estádio registrou público de 17.030 pessoas e uma renda de R$ 2.685.042,00. O preço médio do ingresso foi de R$ 157,66. O torcedor estava ansioso pela volta ao futebol e não mudou nada de como era antes. Bebeu, comeu e festejou na parte de fora do Mineirão, enquanto esperava pelo início da partida.
De acordo com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), as cidades-sede dos jogos da Libertadores e Sul-Americana têm a prerrogativa de liberar a presença de público para os confrontos que ela organiza. Foi feito um acordo com a CBF e com as secretárias de saúde. O Flamengo também teve 11 mil torcedores na partida contra o Olimpia, no Estádio Mané Garrincha.
O prefeito de Belo Horizonte foi além em suas declarações. “Essas cenas de aglomeração não vão acontecer de novo. A gente quer que tudo volte ao normal, mas as pessoas precisam contribuir. Ter juízo. Como foi nesta quarta, não vai acontecer de novo.” Com o resultado, o Atlético chegou à semifinal da Libertadores. Vai enfrentar agora o Palmeiras, em partidas de ida e volta no próximo mês. O time também lidera o Brasileirão. Seu torcedor está empolgado.
“Do jeito que está não vai ter, não. Primeiro, foi bom o resultado, todo mundo sabe, nunca escondi meu coração atleticano para ninguém, mas quando eu vi aquela cena no Mineirão eu desesperei, ontem mesmo entrei em contato com o secretário de Saúde (Jackson Machado)”, disse Kalil em entrevista ao Bom Dia Minas, da Globo.
“A população tem de entender, a gente quer melhorar, quer ajudar, fazer tudo para melhorar para compensar tudo o que todo mundo passou, mas quem pode colaborar não colabora. Não foi isso que foi combinado, eu vi torcida organizada lá que pelo preço do ingresso não poderia estar lá. Estão enganados quem acha que ‘é o Atlético, ele não vai fazer’. Não vai fazer, uma ova. Fizeram um desaforo e um desrespeito ao prefeito de Belo Horizonte.”
O prefeito de BH disse ainda que vai chamar o Cruzeiro antes da estreia da torcida no Mineirão, prevista para esta sexta-feira, no jogo contra o Confiança, para evitar que as aglomerações se repitam também nas cores azul e branco. “O que me entristeceu diante da minha alegria toda foram aquelas cenas horrorosas, irresponsáveis, porque o prefeito faz parte da irresponsabilidade, não estou jogando no colo de ninguém, porque o prefeito burro é que aceitou que eles iam cumprir o compromisso que eles tinham com a prefeitura”, disse Kalil.
Comentários estão fechados.