O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que está avaliando a retomada do horário de verão a partir de 2025. A decisão deve ser anunciada em setembro, segundo nota enviada pelo órgão à imprensa.
“O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) segue acompanhando o sistema elétrico, subsidiando as autoridades com informações atualizadas para a decisão mais adequada”, destacou o comunicado. A análise envolve estudos sobre a demanda de energia no horário de pico e os impactos do comportamento da geração solar, que perde eficiência ao final da tarde.
Extinto desde 2019, o horário de verão tinha como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica ao adiantar os relógios em uma hora no período entre novembro e fevereiro, suavizando picos de demanda. A medida voltou ao debate após o aumento na conta de luz com a adoção da bandeira vermelha, que reflete os altos custos de geração por termelétricas.
ONS defende medida
Em reunião do CMSE no último dia 14, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Márcio Rea, defendeu o retorno da política. Segundo estudos técnicos, a mudança pode reduzir em até 2,9% a demanda máxima de energia elétrica, com economia estimada em R$ 400 milhões para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) entre outubro e fevereiro.
A decisão, no entanto, é política e depende do MME e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2024, mesmo com pressões, o governo decidiu manter a suspensão da medida.
Setor de bares, restaurantes e turismo apoia a volta
Entidades como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) defendem a volta do horário de verão. Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, além da economia energética, a mudança poderia gerar aumento de 10% a 15% no faturamento do setor ao prolongar a claridade no fim do dia.
“A extensão da luz natural estimula a circulação das pessoas, consumo em bares e restaurantes e atividades de lazer”, afirma. A FBHA reforça que a medida impulsiona o turismo e distribui melhor o consumo de energia, reduzindo sobrecarga no sistema.
Projeto na Câmara quer proibir horário de verão
Enquanto o MME analisa a retomada, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe a adoção do horário de verão em todo o País. Para o relator, deputado Diego Garcia (Republicanos), a medida traz riscos à saúde, como distúrbios do sono, fadiga e aumento de doenças cardiovasculares.
O texto ainda será analisado pelas comissões de Minas e Energia e Constituição e Justiça antes de seguir para votação no plenário da Câmara e, depois, no Senado.
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