Um grupo pequeno protestava contra o mandatário brasileiro na calçada em frente à residência da missão nacional junto à ONU, onde a comitiva brasileira foi recepcionada para um jantar na noite de segunda. Na rua, um caminhão com um telão exibia frases em inglês com críticas ao presidente, como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia).
O presidente enfrenta protestos desde que chegou à cidade norte-americana, no domingo, 19, quando precisou entrar pela porta dos fundos do hotel em que está hospedado para fugir do grupo de manifestantes que o aguardava com cartazes.
Bolsonaro chega ao evento pressionado por líderes internacionais por não ter se vacinado contra a covid-19. O avanço da imunização global como saída para o fim da pandemia de coronavírus deve ser tema constante nos discursos desta terça.
A passagem de Bolsonaro por NY nos últimos dois dias foi marcada por constrangimentos em razão justamente da falta de vacinação do mandatário brasileiro – que é o único do G-20 a não se vacinar.
A situação foi assunto da reunião bilateral de Bolsonaro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson; foi abordada pelo prefeito de NY, Bill de Blasio; e fez a comitiva presidencial precisar driblar regras da cidade para circular e se alimentar.
Bolsonaro gravou e publicou nas redes sociais um vídeo feito na saída do evento, na noite de segunda-feira, em que chama os manifestantes de “acéfalos”.
“Tem aproximadamente 10 pessoas aqui fazendo um escarcéu, pessoas fora de si, e logicamente, que a imprensa brasileira vai dizer que houve uma manifestação enorme contra mim aqui em Nova York”, disse o presidente do Brasil. “Esse bando que está aqui nem sabe o que está falando, está protestando e deveria estar num país socialista, não nos Estados Unidos”, afirmou, antes de interagir com um apoiador.
Na sequência, a comitiva brasileira entrou em uma van. Quando o veículo deixava o local, ainda sob os gritos dos manifestantes, o ministro Queiroga levantou de seu assento e mostrou, com as duas mãos, os dedos do meio aos opositores do governo Bolsonaro, que também faziam gestos obscenos.
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