Na noite desta segunda, dezenas de manifestantes se reuniram para uma vigília no local da morte de Wright. Uma escultura de punho fechado foi levada para o local, transferida da área onde Floyd foi assassinado. Os manifestantes gritaram frases contra o racismo diante da delegacia de Brooklyn Center, o subúrbio onde o jovem foi morto no último domingo (11).
No final da noite, apenas algumas dezenas de manifestantes permaneciam no local. Quarenta pessoas foram presas na noite de segunda-feira no protesto do Brooklyn Center, disse o coronel Matt Langer, da Patrulha Estadual de Minnesota, em entrevista coletiva na terça-feira, 13.
O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou a morte como “trágica”, mas advertiu contra qualquer possível manifestação violenta. “Não há absolutamente nenhuma justificativa para saques”, disse o democrata.
Além do toque de recolher, mil soldados da Guarda Nacional foram mobilizados para evitar novos tumultos entre manifestantes e policiais. Ignorando a ordem da prefeitura, dezenas de manifestantes continuaram agitando cartazes com frases como “Prendam todos os policiais assassinos racistas”; “Eu sou o próximo”; e “Sem justiça não há paz” e cantando palavras de ordem em frente à delegacia.
A polícia usou gás lacrimogêneo em vários momentos e ordenou a dispersão dos manifestantes. Quarenta pessoas foram detidas e integrantes das forças de segurança sofreram ferimentos leves, de acordo com fontes policiais informaram à AFP.
Tiro acidental
Wright morreu ao ser atingido por um tiro da polícia quando dirigia ao lado da namorada. Durante uma ação de trânsito, uma agente “sacou a arma de fogo ao invés do taser”, uma pistola elétrica para imobilização, e atirou, afirmou o comandante da polícia da localidade, Tim Gannon. “Foi um tiro acidental que resultou na trágica morte” de Wright, disse Gannon.
Em comunicado, as autoridades judiciais do Estado de Minnesota publicaram a identidade da agente envolvida: Kimberly Potter, policial de Brooklyn Center há 26 anos. No vídeo do incidente, registrado pela câmera da policial, os agentes retiram o jovem do veículo e tentam algemá-lo. Mas ele resiste e volta a sentar o carro. É possível ouvir a policial gritar “Taser, taser”. Mas o que se ouve é um tiro. “Que merda, eu atirei nele”, afirma a oficial, enquanto Wright, ferido, avança com o carro, que bateu algumas ruas adiante.
Floyd
A nova morte reacendeu o trauma de uma cidade que sofreu várias noites de tensão e incidentes após a morte de George Floyd, em 25 de maio de 2020. Após os incidentes, a defesa do ex-agente acusado pela morte de Floyd, Derek Chauvin, pediu ao juiz que conduz o processo que isolasse o júri, preocupado que as manifestações pudessem influenciar sua decisão. Mas tanto a Promotoria quanto o juiz se recusaram a acatar o pedido.
Chauvin enfrenta acusações de homicídio culposo e doloso em segundo grau por seu papel na morte de Floyd, após imobilizá-lo colocando o joelho sob seu pescoço quando ele havia sido preso por supostamente ter feito um pagamento com uma nota falsa. (Com agências internacionais).
Comentários estão fechados.