Estas avaliações constam de apresentação feita por Campos Neto em reunião por videoconferência com o Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na tarde desta quarta. O encontro foi fechado, mas o BC publicou em sua página na internet a apresentação.
Nela, Campos Neto pontuou ainda que o BC brasileiro acompanha o tema das CBDCs – Central Bank Digital Currency, ou Moedas Digitais Emitidas por Bancos Centrais – há alguns anos. Um grupo de trabalho foi criado no BC em 2020 para tratar da questão.
Campos Neto afirmou ainda, conforme a apresentação, que 86% dos bancos centrais do mundo possuem interesse no tema. Seis países já realizaram ou estão realizando pilotos de CBDCs e quatro estão envolvidos com “provas de conceito”. “Ao menos outros 42 estão em estágio exploratório ou de pesquisa”, registrou a apresentação. O Brasil está neste último grupo.
Ao citar os criptoativos, Campos Neto afirmou ainda que a opinião do BC sobre eles continua a mesma. “Esses são ativos arriscados, não regulados pelo BC, e devem ser tratados com cautela pelo público”, disse.
Futuro
A moeda digital é mais um dos projetos do BC na área de tecnologia, com foco no mercado financeiro do futuro. Atualmente, existem no mundo moedas com lastro em algum ativo, as chamadas stablecoins, e as moedas sem lastro, que são as criptomoedas, como o bitcoin. A moeda digital em estudo pelo BC é uma divisa com lastro na própria moeda, ou seja, no real.
Em tese, a moeda poderá ser aceita em quaisquer transações de pagamento, como o real convencional. Assim, o brasileiro poderá usar a divisa para pagar por produtos no comércio ou por serviços, por exemplo. A intenção do BC é que a moeda digital seja um complemento ao real convencional.
O BC já publicou as diretrizes mais gerais para a moeda digital. Com base nisso, o órgão vai promover discussões com a sociedade, por meio de seminários, para aperfeiçoar a proposta. A expectativa é de que em dois ou três anos a moeda digital possa ser lançada.
Comentários estão fechados.