Uma mulher com 57 anos de idade, com comorbidades e residente em Bela Vista da Caroba é a primeira pessoa do sudoeste do Paraná a contrair ao mesmo tempo dengue e covid-19.
Por conta de sua condição de saúde e do agravamento de seu caso diante de duas doenças de alto risco, a paciente ficou internada por alguns dias em leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI); e agora se recupera na enfermaria do Hospital Regional do Sudoeste em Francisco Beltrão.
Entenda a situação
Aproximadamente uma semana antes da Páscoa [celebrada em 4 abril], a moradora de Bela Vista da Caroba procurou o posto de saúde do município para atendimento médico. Ela apresentava falta de ar, dores no corpo e um pouco de febre.
Tendo recém passado por um surto de dengue e a senhora ser residente na área onde havia sido registrada a maior parte dos casos da doença, os profissionais de saúde do local realizaram de imediato o exame de testagem para dengue, que negativou. Por ter sintomas semelhantes ao da covid-19, realizou o PCR, do qual confirmou que estava com a doença.
Por apresentar comorbidades, a moradora foi encaminhada a Fundação Hospitalar da Fronteira, em Pranchita, para internamento em leito de enfermaria.
De acordo com a secretária de saúde de Bela Vista da Caroba, Liandra Maria Salles Storch, depois de internada o quadro teve pioras. “Somente no sábado, cerca de três dias depois de estar no hospital, que eles fizeram exame para dengue, constatou-se que ela estava com a doença também”, disse Liandra, comentando “que após internada a paciente começou apresentar manchas pelo corpo e sangramento, indicativos que levaram os médicos a solicitar o exame para dengue”.
Como seu quadro de saúde se agravou, a moradora de Bela Vista da Caroba precisou de um leito de UTI. Por isso foi transferida no sábado (3), antes da Páscoa, para um leito no Hospital Regional do Sudoeste em Francisco Beltrão. “Ela já saiu da UTI e tem tido melhoras no quadro, porém permanece internada em leito de enfermaria”, informou a secretária.
Como profissionais de saúde devem agir
Nádia Zanella, chefe da 8ª Regional de Saúde, explica que a pandemia da covid-19 não anula a existência de outras situações de saúde, como o caso da dengue. “A população precisa tomar medidas de prevenção, olhar para os quintais, fazer a limpeza dos terrenos, porque os sintomas da dengue e da covid são muito semelhantes. Eles podem se confundir”.
Nádia ressaltou também que, neste momento, as equipes de saúde devem ter ainda mais atenção na hora do diagnóstico. “Só assim vamos conseguir monitorar e tratar de forma adequada. Nossas equipes estão capacitadas. A Secretaria de Estado da Saúde já havia feito vários momentos de capacitação das equipes municipais, para o manejo dos casos de dengue na pandemia, a fim de que pudéssemos ter esse olhar e identificar que, além da covid, pode ser dengue. É preciso ter calma, analisar a situação, avaliar os casos e realizar o diagnóstico precoce. Os profissionais estão capacitados para isso”.
Dengue e covid-19
Covid-19 e dengue podem levar à morte. Por isso, preveni-las é a melhor solução. Além do alto fator de risco, as duas doenças têm outra situação em comum — os sintomas parecidos.
Ocorrência de febre, dores no corpo [muscular e articular], ao redor dos olhos e de cabeça, enjoo, vômito e diarreia podem ser indícios de dengue, covid-19 ou, na atual situação de pandemia, as duas doenças. Porém, o que diferencia dengue de covid é a dificuldade para respirar, coriza, tosse seca, nariz entupido e perda de paladar.
As duas doenças virais ocorrem por causas completamente distintas. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e, para evitá-la, a principal medida é evitar a água parada. Já no caso do combate ao coronavírus, por ser transmitido pelo ar e pelo contato com o próximo, é preciso utilizar máscara de proteção individual, álcool em gel e manter o distanciamento social.