Christa Ludwig teve uma carreira longa, de meio século, ganhando prêmios importantes da indústria fonográfica (três vezes vencedora do Grammy). Ela começou nos anos 1940, iniciada sob orientação do próprio pai, o tenor Antono Ludwig, e sua mãe, a também mezzo-soprano Eugenie Besalla Ludwig, sua primeira professora, que cantou no teatro da ópera de Aachen quando Karajan era seu diretor artístico. A cantora estreou aos 18 anos na opereta O Morcego (Der Fladermaus), de Johann Strauss, até se tornar a principal estrela da Ópera de Viena, onde estreou em 1955.
Sua versatilidade a levou a ser no palco tanto heroínas wagnerinas (ela fez uma memorável performance em Tristão e Isolda, em 1966, no Festival de Bayreuth) como a Adalgisa de Norma, de Bellini, ao lado de Maria Callas, em 1960. Sua estreia nos Estados Unidos foi como Dorabella de Così fan Tutte, de Mozart, na Ópera Lírica de Chicago, em 1959, mesmo ano em que fez sua primeira aparição no Metropolitan Opera House. À medida que amadurecia, enfrentava papéis de extrema dificuldade. Christa Ludwig foi a Kundry, de Parfisal, Lady Macbeth, de Verdi, e a Leonore de Fidelio, de Beethoven.
É provável que nunca mais o mundo da ópera veja o exemplo de Christa Ludwig se multiplicar. Ela foi realmente única como cantora, abraçando tanto papéis leves (a premiada versão de Candide, de Bernstein, em 1991, ganhadora do Grammy de melhor álbum de música clássica) como a trágica Clitmenestra de Elektra, de Richard Strauss, ópera com a qual se despediu dos palcos, em 1994, na Ópera Estadual de Viena. A cantora foi casada com o baixo-barítono Walter Berry, com o qual se apresentou em diversas ocasiões, e o diretor de teatro francês Paul-Emile Deiber. No ano de sua despedida dos palcos ela publicou suas memórias, traduzida para o inglês como In My Own Voice, em que é franca e honesta para revelar sua dificuldade em alcançar algumas notas e definir a função do cantor como um profissional a serviço do compositor, que deve se curvar ao gênio.
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