Vivendo os primeiros quatro meses de um relacionamento, aparentemente, harmonioso, a jovem será mais uma vítima do feminicídio, se confirmado
Uma jovem de Coronel Vivida, com apenas 16 anos de idade, faleceu precocemente no final da tarde do dia 13 de agosto deste ano. Ela foi encontrada morta em uma casa, situada no bairro Fênix, em Itapejara D’Oeste.
De acordo com o delegado chefe da 5ª Subdivisão Policial de Pato Branco, Helder Lauria, a adolescente e o namorado [um rapaz de 19 anos] estavam na casa da tia dele, onde ele morava.
“Ele comentou com a sua tia que iria sair, a qual perguntou sobre a menina. Então respondeu que a namorada estava dormindo e iria comprar remédio para ela, que, segundo ele, estava com dor de cabeça. Saiu, com a moto, e acabou morrendo em um acidente na rodovia entre Itapejara D’Oeste e Coronel Vivida. Na sequência, a tia entrou no quarto e encontrou a menina morta com facadas”, informou.
Mais um caso de feminicídio
Se confirmado que o autor do crime tiver sido o namorado da vítima, o assassinato da adolescente a colocará como mais uma na estatística nacional de feminicídio.
Na área da Delegacia da Mulher de Pato Branco, a adolescente, de 16 anos de idade, será a segunda vítima em um período de dois anos a morrer pelo fato de ser mulher — o outro caso foi registrado em dezembro de 2020 em Vitorino, quando o homem não aceitou o fim do relacionamento.
De acordo com a delegada Franciela Alberton, a morte da jovem de Coronel Vivida é bastante diferente do padrão nacional de feminicídio. Isso porque, tanto a vítima (16) quanto o acusado (19) eram bastante jovens, com idades muito fora da média de casos no Brasil.
“Em nossa área não temos como traçar um padrão dos casos porque são poucos. Mas, esse de Itapejara é o mais diferente de todos. Eles eram namorados há quatro meses, não tinham nenhum histórico de violência, muito pelo contrário, o casal era super harmônico e unido. E, segundo o pessoal que estava na casa, não teve discussão. Ninguém ouviu nada. Eles estavam bebendo e rindo a tarde toda juntos”, relatou.
Andamento do processo
Segundo o delegado da 5ª Subdivisão, as investigações continuam. “Se os fatos realmente se confirmarem, de que o suposto autor [namorado] tenha sido o responsável pelo crime, opinamos pelo arquivamento do caso e mandamos ao Ministério Público, pois somente o promotor pode arquivar e o delegado somente solicita”.
Feminicídio no Sudoeste
Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), de janeiro a maio deste ano, foram registrados casos de feminicídios em Palmas (1) e Realeza (1). Agora, se confirmado, entra para a estatística da região o caso de Itapejara D`Oeste.
Em 2020, ainda conforme dados da Sesp, houve oito feminicídios na região. Eles ocorreram em Palmas (1), São João (1), Coronel Vivida (1), Nova Prata do Iguaçu (3) e Dois Vizinhos (2).
Já em 2019, as informações da Secretaria da Segurança Pública apontaram para mais dois casos em Coronel Vivida — totalizando três no município em um período menor que dois anos. Ainda no mesmo ano, casos foram registrados em Pato Branco (1), São Jorge do Oeste (1), Saudade do Iguaçu (1), e Francisco Beltrão (2). No início deste ano, somente a Delegacia da Mulher de Pato Branco registrou a ocorrência de três tentativas de feminicídio.
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