O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deixando um legado marcado pelo diálogo inter-religioso, a defesa dos pobres e uma visão progressista dentro da Igreja Católica. Com sua morte, inicia-se um processo de transição: o Colégio dos Cardeais assume interinamente o comando do Vaticano até a realização do Conclave, que deve ocorrer entre 15 e 20 dias.
A eleição do novo pontífice será decidida por 135 cardeais com menos de 80 anos, entre eles sete brasileiros. Veja a seguir os nomes mais cotados para suceder Francisco no comando da Igreja.
Jean-Marc Aveline (França) – o “João XXIV” de Marselha
Com 66 anos, o arcebispo de Marselha é apontado como um dos favoritos entre os cardeais mais alinhados com a visão de Francisco. Nascido na Argélia, Aveline é conhecido por seu perfil humanista, dedicação ao diálogo com o Islã e defesa dos imigrantes. É considerado um “João XXIV” moderno por sua semelhança com o papa reformista João XXIII.
Peter Erdo (Hungria) – conservador moderado com peso na Europa
O cardeal húngaro, de 72 anos, é visto como uma opção para unir setores conservadores e moderados. Teólogo e especialista em direito canônico, Erdo já era cogitado no Conclave de 2013. No entanto, sua posição sobre a crise migratória de 2015, em que divergiu do Papa Francisco, pode pesar contra.
Mario Grech (Malta) – símbolo da abertura pastoral
Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Grech (68 anos) representa a ala em transformação da Igreja. Embora tenha posições mais conservadoras no passado, evoluiu e passou a defender a inclusão de fiéis LGBTQIA+. É próximo de Francisco e foi elogiado publicamente pelo papa após defender mudanças pastorais em 2014.
Juan José Omella (Espanha) – defensor dos pobres e da justiça social
Aos 79 anos, Omella é um dos cardeais mais respeitados da Espanha. Ex-missionário na África, dedicou sua vida à promoção da justiça social. Foi criado cardeal por Francisco em 2016, reforçando seu perfil progressista. Sua idade, no entanto, pode ser um fator limitante na escolha.
Pietro Parolin (Itália) – o diplomata experiente do Vaticano
Atual secretário de Estado da Santa Sé, Parolin (70 anos) é tido como o “vice-papa” pela influência que exerce na diplomacia vaticana. Articulou o controverso acordo com a China sobre a nomeação de bispos e lidera diálogos com regimes difíceis. Seu perfil técnico e diplomático o torna um nome forte no Conclave.
Luis Antonio Tagle (Filipinas) – o “Francisco Asiático”
Tagle é um dos nomes mais populares entre os católicos do sudeste asiático. Com apenas 67 anos, carrega forte identificação com os valores de Francisco e experiência tanto pastoral quanto administrativa. Seria o primeiro papa da Ásia e uma escolha simbólica para reforçar o crescimento da Igreja fora da Europa.
Joseph Tobin (EUA) – abertura ao diálogo e enfrentamento de crises
Arcebispo de Newark, Tobin (72 anos) tem trajetória marcada pela transparência ao lidar com escândalos e pelo acolhimento de fiéis LGBTQIA+. Ele é considerado improvável devido à resistência histórica a um papa norte-americano, mas seu nome é respeitado entre os cardeais.
Peter Turkson (Gana) – voz africana com influência global
Com 76 anos, Turkson é apontado como forte candidato africano. Teólogo respeitado, liderou órgãos do Vaticano ligados à justiça social e ao meio ambiente. É elogiado por seu papel internacional e sua origem humilde. Seria o primeiro papa da África Subsaariana desde os primórdios da Igreja.
Matteo Maria Zuppi (Itália) – o “Bergoglio italiano”
Arcebispo de Bolonha, Zuppi (69 anos) é comparado ao Papa Francisco por seu estilo pastoral e popular. É conhecido por defender migrantes, circular de bicicleta pela cidade e evitar formalidades. Apesar disso, críticas à lentidão da Igreja Italiana frente aos casos de abuso podem atrapalhar sua candidatura.
E agora? O processo do Conclave
O Conclave deve ser convocado nos próximos dias, após o luto oficial. Enquanto isso, os cardeais continuam suas reuniões informais para debater o perfil ideal do novo pontífice. A expectativa é de que o sucessor de Francisco mantenha o espírito de renovação e abertura que marcou a última década da Igreja Católica.
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