Quem quiser saber o que é a montagem de atração eisensteiniana não dispõe de melhor oportunidade para conferir do que a reconstituição dos dez dias que abalaram o mundo, com a tomada do Palácio de Inverno, na Rússia dos czares, em 1917.
Outubro foi censurado pelo regime comunista, para eliminar a participação de Trotski nos eventos. A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, venceu o Leão de Ouro de 1966. A guerra anticolonial é reconstituída de forma quase documentária – o bizarro é que, 35 anos depois, e após os ataques do 11 de Setembro, nos EUA, foi esse o filme analisado pelos profissionais do Pentágono para tentar entender a mente dos terroristas.
Z, de Costa-Gavras, sobre um assassinato político, venceu o Oscar de filme estrangeiro de 1969. Com O Desaparecido, Costa venceu a Palma de Ouro em 1982 – dividida com Yol, de Yilmaz Güney. O golpe militar no Chile pelos olhos de um norte-americano (Jack Lemmon) que procura o filho em Santiago. Sacco e Vanzetti, de Giuliano Montaldo, é sobre a xenofonia na ‘América’. Riccardo Cucciolla foi melhor ator em Cannes, em 1971, e Joan Baez canta o tema. A História Oficial, de Luis Puenzo, primeiro filme argentino a vencer o Oscar, em 1986, é sobre a adoção ilegal de filhos de desaparecidos durante a ditadura militar. Arquitetura da Destruição, de Peter Cohen, é sobre a importância da arte como instrumento de propaganda do nazismo.
Entreatos, Peões e Alvorada são contribuições brasileiras ao ciclo. João Moreira Salles filma a campanha de Lula à Presidência em 2002, Eduardo Coutinho revela os companheiros de luta, os peões. Alvorada, de Anna Muylaert e Lô Politi, é sobre a solidão de Dilma Rousseff, durante o impeachment.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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