Após um amplo e descrito como um produtivo debate na noite da segunda-feira (8), em Francisco Beltrão, a Câmara de Vereadores de Pato Branco, foi palco na terça-feira (9) do segundo encontro do movimento suprapartidário Vote Nelas Paraná.
A iniciativa se define como um coletivo formado por mulheres, “organizado de forma independente e colaborativa que trabalha por um mundo onde todas as mulheres se reconheçam e sejam reconhecidas como uma força política”, tem por pilares o fortalecimento da democracia; o combate à violência contra a mulher e a defesa da igualdade nos espaços de poder.
Isabela Lustosa, jornalista e consultora de planejamento estratégico, que integra o movimento nacional e juntamente com lideranças femininas paranaenses vem ampliando o debate da necessidade da presença de mulheres na política, esteve presente nos dois encontros, que foram os primeiros do Paraná, em uma ação de ampliar ainda mais o debate, principalmente com foco para as próximas eleições, onde o objetivo é formar lideranças femininas, que possibilitem em cada um dos municípios onde foram feitos os encontros pelo menos a eleição de três vereadoras, mas também encontrar lideranças que se candidatem paras as eleições majoritárias.
O coletivo vem estabelecendo objetivos macros, médios e micros pontuais frente os relatos de dificuldades enfrentados, para estabelecer os planos de ação e assim captar recursos para que mulheres se tornem candidatas.
Mesmo sendo um movimento que estimula a presença da mulher na política, o coletivo quer a presença e apoio dos homens seja escutando, mas principalmente apoiando a iniciativa.
De acordo com Tatiane Pezente, representante de Francisco Beltrão do Vote Nelas Paraná e que com a ajuda da vereadora pato-branquense Maria Cristina Hamera organizou os dois encontros do Sudoeste, destaca que o público nos encontros foi bastante variado, porém, com “muitas jovens que querem iniciar na política e não sabem por onde começar. Então elas vêm com um grito de socorro, e um público mais experiente, que não nega a curiosidade de saber do que se trata a iniciativa.”
“Não temos respostas para nada, não temos uma liderança política. Ainda estamos nos estendendo, o grupo é nosso [mulheres], por isso, estamos nos fazendo líderes e queremos aprender coletivamente”, comentou Isabela falando que o objetivo é aproximar as mulheres que gostam da política, para que elas sejam líderes, para que sejam voluntárias e pratiquem a liderança.
Atualmente a legislação eleitoral brasileira estabelece o coeficiente mínimo de 30% para registros de candidaturas femininas, porém, isso não assegura esse percentual como de cadeiras garantidas para mulheres. “O que queremos é capacitar as mulheres, que estas mulheres falem com propriedade a atribuição de cada função”, pondera Isabela, sendo um consenso da importância da paridade de representatividade nos cargos de poder.
Como surgiu
Ela faz questão de destacar que o Vote Nelas começou em São Paulo ainda em 2019, mesmo ano que foi estabelecida a embaixada de Curitiba. A primeira movimentação foi para entender por que as mulheres participam do processo eleitoral, mas não chegam efetivamente como candidatas.
Naquela ocasião foi criado um questionário para entender o que “afastava” as mulheres da política. Este levantamento apontou que muitas mulheres se afastavam porque o partido não ajudava; a cultura da sociedade de não ver a mulher dentro da política e por fim a jornada de trabalho, os afazeres familiares também impediam a maior participação.
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