Ele ressaltou também que a abertura de uma investigação é praxe em qualquer episódio em que ocorra ação estatal com morte. “Vale lembrar, e que aqui fique muito bem destacado, em qualquer ação estatal que ocorra um óbito, que ocorra a perda de uma vida, seja ela qual for, é instaurada uma investigação para apurar as circunstâncias daquele evento”, disse o promotor.
Serrano afirmou ainda que esse trabalho vai ter a “conclusão da legalidade ou ilegalidade eventualmente da ação estatal”. Um dos objetivos do MP, segundo Serrano, é descobrir também outras pessoas envolvidas principalmente no armazenamento das armas e munições e no planejamento do assalto.
O modus operandi da quadrilha, segundo a PM, tem sido chamado no meio policial de “domínio de cidades”, ou “novo cangaço”, no qual os criminosos utilizam estratégias para impedir que as forças de segurança possam reagir – bloqueando ruas com veículos e incendiando-os – e aterrorizam a população.
Os policiais descobriram que o bando ocupava dois sítios na região de Varginha, nos quais guardavam armamentos pesados – inclusive uma metralhadora .50 capaz de derrubar helicópteros – e muita munição. Nos sítios havia 12 veículos roubados, que foram recuperados pela polícia.
Até a tarde desta quarta-feira, 19 dos 26 corpos haviam sido identificados, entre eles, dez mineiros (nove tinham antecedentes criminais). Os demais eram do Amazonas, Rondônia, Goiás, Maranhão, São Paulo e Brasília.
Além do Ministério Público, as comissões de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas e da OAB-MG também acompanham o caso. Especialistas em segurança pública questionam o fato de a ação ter terminado com 26 supostos criminosos mortos e nenhum policial ferido, levantando dúvidas sobre a versão da PM de que os suspeitos entraram em confronto com os policiais.
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