De acordo com a denúncia, ‘a pretexto de enaltecer sua ‘bandeira’, Karla induziu e incitou menosprezo pelas pessoas de cor preta e por aquelas integrantes da comunidade LGBTQIA+, praticando discriminação e preconceito contra aquelas e suas causas ao enfatizar a ‘vergonha’ que tais ‘bandeiras’ importariam se fizessem parte das manifestações sociais dos seus ouvintes’. As informações foram divulgadas pela Promotoria.
“Karla agiu com menoscabo e preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queers, intersexuais, assexuais, não binários e pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diversas, ao zombar da sigla representativa da comunidade que os agrega”, diz o documento.
Em nota, a Promotoria fluminense ressaltou ainda que ‘a prática criminosa se deu através de discurso endereçado a jovens, destilando intolerância a pautas sociais de inclusão e cidadania com alcance presencial e remoto, potencializando o alcance da mensagem e, assim, o desvalor do resultado e as consequências do delito’.
Na live, realizada no dia 31 de julho, Karla afirmou: “É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha. Desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi, é Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay. Para. Posta a palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta”.
O Ministério Público do Rio afirmou que não foi proposto acordo de não persecução penal, no caso, sob o entendimento de que Karla praticou crime violador da dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da Constituição.
Após a repercussão do vídeo, a pregadora divulgou nota em que pede desculpas ‘pelos termos que usou’ durante a transmissão ao vivo e dizendo que ‘não tem preconceito com pessoas de outras raças’.
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