Em comunicado, a Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer) informa que, apesar de o decreto nunca ter sido publicado, ao longo do último ano diversos prédios de Casas da Agricultura, em diferentes regiões do Estado, foram cedidos a outros departamentos e às prefeituras. A medida foi decretada durante gestão de Gustavo Junqueira e foi suspensa pelo novo secretário de Agricultura do Estado, Itamar Borges.
O MP-SP diz que apura alterações na pasta “para, supostamente, adaptá-la ao plano supracitado. A título de exemplo, indicou-se a nomeação de um mesmo servidor público para o cargo de coordenador substituto nas Divisões Regionais de Bragança Paulista, Piracicaba e São João da Boa Vista, que seriam reunidas de acordo com projeto de reestruturação”, diz trecho da portaria que instaurou a investigação.
Segundo a Apaer, desde agosto de 2020, a notícia sobre a intenção do governo do Estado de fechar as Casas da Agricultura tem causado grande inquietação nos agricultores paulistas que precisam dos serviços da extensão rural pública. Ao longo do processo, a Apaer manifestou sua preocupação para que “os agricultores familiares não fossem abandonados pelo Governo do Estado em plena pandemia”.
“A instauração do inquérito por parte do Ministério Público confirma a importância das Casas da Agricultura e dos Escritórios de Defesa Agropecuária para o agro paulista, principalmente para a agricultura familiar que produz a maior parte do alimento que chega nas nossas mesas”, comentou na nota o presidente da Apaer, Antônio Marchiori.
Em maio deste ano, quando Gustavo Junqueira deixou a pasta, a proposta de extinção das unidades foi suspensa por Itamar Borges. O novo secretário se reuniu com as entidades e recebeu da Apaer projeto desenvolvido por especialistas da entidade em parceria com pesquisadores da Esalq/USP, Unicamp, Unesp, Ufscar e Embrapa, que havia sido entregue para Junqueira. “É preciso um olhar mais sensível e estratégico sobre o potencial da agricultura paulista, que contemple suas vocações regionais e características sociais”, concluiu Marchiori.
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