Como mostrou o Estadão, a falta do kit intubação afeta ao menos 11 Estados e, no interior de São Paulo hospitais estão suspendendo atendimentos. Os medicamentos garantem que o paciente seja intubado sem sentir dor e sem tentar arrancar o tubo em reação involuntária – a Procuradoria narra que, na ausência dos remédios, pessoas internadas estão sendo amarradas em macas para impedir que retirem os tubos para respiração. Para o MPF, a situação em São Paulo é “crítica”.
“Margens reduzidas de duração desses fármacos (poucos dias) – no caso do Estado de São Paulo, atualmente, 24 horas – geram a necessidade de alterações abruptas desses protocolos, em decorrência do desabastecimento de um ou mais medicamentos usualmente utilizados, que podem comprometer a segurança do paciente”, apontou o MPF.
Em ofício enviado aos procuradores, a Secretaria de Estado de Saúde informou que São Paulo ficou seis meses sem receber nenhum dos medicamentos do kit intubação e, somente em março, o Ministério da Saúde enviou “uma pequena quantidade, insuficiente para atender a demanda”. Em coletiva realizada nesta quarta, 17, a pasta informou que forneceria o “kit intubação” aos Estados doados pela Vale, mas até às 11h58 desta sexta, 16, os fármacos não foram recebidos.
“A falta de monitoramento e de organização para reposição de estoques de medicamentos do ‘kit intubação’ agrava os danos à saúde pública e prejudica o planejamento do gestor para evitar o colapso do Sistema Único local”, afirmou o MPF. “É mister que seja regularizado o abastecimento, no Estado de São Paulo, dos medicamentos que compõem o “kit intubação”, através da promoção de compras emergenciais, a serem realizadas intensivamente e de forma contínua, com o devido planejamento e publicidade, dada a urgência decorrente do enfrentamento da pandemia e da velocidade de transmissão da doença”.
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