“Eu não quero desconversar. Quero ser sincero, como sempre tem sido a minha relação com vocês. Não vou dar a equipe que deve iniciar. Foram muitos problemas que tivemos. Resolvi segurar escalação, treinar a equipe e estabelecer a estratégia para fazermos um grande jogo amanhã”, disse o treinador.
Tite não pode contar com nove atletas que atuam na Inglaterra e não foram liberados por seus clubes, além de Matheus Nunes, que deve defender a seleção portuguesa no futuro. A ideia é manter a base que atuou na Copa América, mas com alterações importantes, como a provável entrada do campeão olímpico Matheus Cunha no ataque.
O técnico não quis lamentar a ausência dos atletas que jogam no futebol inglês e valorizou a oportunidade que pôde dar a jogadores que não estariam na seleção neste momento não fosse o veto dos clubes ingleses, como Edenílson e Hulk.
“Temos um grupo de 40, 50 atletas, que monitoramos constantemente. Porque são atletas de alto nível, com qualidade técnica, que estão suficientemente habilitados para vir à seleção e apresentar o seu melhor futebol. Fomentamos a competição leal. Quando melhor for o desempenho o outro atleta vai ter que elevar esse padrão. Essa é a nossa ideia”, explicou o treinador, que afirmou que os jogadores dos clubes ingleses “queriam estar aqui”.
O auxiliar César Sampaio endossou a opinião de Tite sobre o assunto e falou a respeito da possibilidade de o Brasil, que lidera a Eliminatórias com folga, alcançar sete vitórias consecutivas.
“Independentemente de batermos recordes de vitórias nas Eliminatórias ou não, quando convocamos sempre buscamos ter uma boa performance, que nos trazem próximos aos nossos objetivos. Nesse caso, buscar a classificação o mais rápido possível. Os jogadores que aqui estão, temos um radar amplo, e eles fizeram por merecer essa oportunidade. Quanto mais alto esse nível, mais perto da Seleção render o seu melhor”, ressaltou o ex-jogador.
O Brasil enfrenta o Chile no dia 2, quinta-feira, em Santiago. Depois, vai encarar a Argentina, no dia 5, na Neo Química Arena, em São Paulo. Por fim, o último adversário desta rodada tripla será o Peru, na Arena Pernambuco, no dia 9. A seleção lidera as Eliminatórias com folga, com 100% de aproveitamento depois de seis rodadas.
Matheus Nunes – Tite explicou o caso de Matheus Nunes, que foi convocado para a seleção brasileira, mas deve defender Portugal no futuro. Ele avisou que conversou com o jogador ao lado de Juninho Paulista e afirmou que o atleta, que tem dupla nacionalidade, estava muito feliz com a convocação. Oficialmente, o meio-campista do Sporting não se apresentou ao chamado de Tite por exigência sanitária do clube de cumprimento de quarentena.
“Antes da convocação, Juninho conversou com ele, eu estava ao lado, também conversei com ele, inclusive dei parabéns pelo aniversário dele. Ele tinha muito orgulho e de vir para a seleção brasileira. Depois conversamos mais uma vez, e ele disse que a vacinação e o período de quarentena impediam ele de vir e voltar para os seus jogos subsequentes”, comentou.
Ciclo até a Copa do Mundo do Catar – “O meu grande objetivo profissional, com a vinda para a seleção, era fazer um ciclo, para chegar ao final e ter uma construção de equipe, com plenitude final na Copa do Mundo. Mas as oportunidades na vida nem sempre surgem assim. O Brasil atingiu a plenitude nas Eliminatórias, mas oscilou na Copa do Mundo, e saiu para a Bélgica num jogo que para mim foi top 3. Veio o convite de permanência. O que pensei individualmente: se dá essa oportunidade de construção de equipe para que aí sim possamos chegar com a seleção em sua plenitude na Copa do Mundo”.
Tite é conservador nas escolhas? – “Não posso responder a críticas e opiniões dos outros, isso são opiniões de cada um. Tenho todo um histórico. Quem me conhece profundamente, sabe. Eu não encampo essa batalha. Não generalizo em relação à imprensa. Um jogo pode ser enxergado de diferentes formas, e uma construção de uma equipe tem passos diferentes. Cada um faz o comentário, a parte que quer, o enfoque que quer, os princípios que quer. Tenho toda uma história no futebol. Nunca vou contestar. O que coloco é a cabeça do técnico para a construção da equipe, que tem um viés diferente da ótica do comentarista. Tem gente que julga o caráter pela forma como a equipe joga, conduta pessoal. O público assiste e busca informação também, e faz a sua análise.
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